Em 2015, Brasil e Japão celebram o início das relações diplomáticas e as conquistas de mais de um século de parcerias e intercâmbios
Imagens Divulgação
Em 05 de novembro de 1895, em Paris, os embaixadores Soné Arasake e Toledo Piza e Almeida firmaram o compromisso de paz e amizade entre o Brasil e o Japão, celebrando o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, que deu início as relações diplomáticas entre as duas nações. Em 2015, os dois países comemoram os 120 anos desse tratado, que estreitou o caminho entre estes povos de culturas e tradições tão diferentes e trouxe inúmeras conquistas para ambos.
O especialista em Ásia e professor de Relações Internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco, Alexandre Uehara, explica que na época o Brasil dava os primeiros passos em direção à redemocratização e tinha perspectivas econômicas de crescimento. Por outro lado, o Japão tinha acabado de se abrir para o mundo e estava buscando novas áreas de relacionamento. “Os dois países tinham interesse no tratado, era final do século 19 e era difícil realizar parcerias”, relata.
Mesmo assim, as relações diplomáticas e parcerias demoraram um pouco para avançar. “No início aconteceu apenas uma conversa entre os dois países, com o envio de diplomáticos japoneses ao Brasil”, afirma Uehara.
O início concreto das relações entre os dois países aconteceu apenas em 1908, 13 anos depois da assinatura do tratado, com a chegada dos primeiros 781 imigrantes japoneses ao Brasil, a bordo do navio Kasato Maru, com destino às fazendas de café no interior do estado de São Paulo, oficializando a abertura do processo imigratório, o que contribuiu com o desenvolvimento da agricultura tupiniquim. “Os japoneses se destacaram na área agrícola, disseminando novos produtos entre os brasileiros”, revela Uehara.
Durante estes 120 anos, as duas nações estreitaram relações em vários setores, em especial nas áreas comercial, econômica e cultural. O especialista destaca alguns momentos que marcaram esses anos de diplomacia: “Além da imigração, que foi o pontapé inicial, podemos destacar a parceria, depois da Segunda Guerra Mundial, no campo industrial e dos recursos minerais; os investimentos de empresas japonesas no Brasil, a partir da década de 1960; e o projeto entre as duas nações para o fortalecimento da agricultura no Cerrado, dando início ao mercado de soja brasileiro”, enumera Uehara.
Segundo ele, os investimentos continuam até a década de 1980, quando as relações acabam esfriando já que a economia brasileira teve uma queda, se tornando menos atrativa. “De 1995 até mais ou menos 2012 o Brasil começa a ter novamente e cada vez mais investimentos do Japão e a confiança entre os dois países é retomada”, afirma.
Mesmo com a redução desses investimentos nos últimos dois anos devido a instável economia brasileira, Uehara acredita que as relações comerciais devem ser mantidas. “O Japão está desconfiado, está agindo com cautela, analisando a situação para saber que caminho seguir com os investimentos no Brasil. Mas, se a economia japonesa estiver bem a compra de produtos brasileiros como soja, frango e suco de laranja deve continuar”, detalha.
Muito além da economia, o Tratado também teve um importante papel em outros setores das relações entre os dois países. “Em termos culturais foi muito relevante por causa do intercâmbio de cultura, tradições, costumes, e na capital paulista, principalmente, pela gastronomia”, esclarece Uehara.
Também é importante destacar, de acordo com o especialista, que na política externa e nas relações internacionais, nos últimos anos, os dois países têm adotado posturas semelhantes, pacifistas, em busca de diálogos e soluções pelas vias diplomáticas e não bélicas. “Há uma evidente relação de cooperação em âmbito internacional, principalmente, no Conselho de Segurança da ONU, em que os dois países são a favor da reforma”, elucida.
Para Uehara as expectativas para os próximos anos de parceria são boas: “Nesses 120 anos os dois países demonstraram conjunturas favoráveis para novos acordos e parcerias para os próximos anos”, finaliza.
Celebração e fortalecimento das relações diplomáticas
Em entrevista exclusiva a revista Mundo Ok, o Cônsul Geral do Consulado Geral do Japão em São Paulo, Noriteru Fukushima, falou sobre a importância do Tratado de Amizade Brasil-Japão, os fatos mais relevantes que marcaram esses 120 anos de relações diplomáticas e as comemorações marcadas para 2015. Confira o bate-papo!
Mundo Ok: Qual a importância do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão?
Noriteru Fukushima: Ao firmar o Tratado as relações diplomáticas entre os dois países foram estabelecidas, dando início a um longo relacionamento entre eles e tornando-se o alicerce para as atuais relações de amizade entre os dois países. Os 120 anos é realmente uma ocasião de celebração. Esperamos que estas relações de amizade se fortifiquem ainda mais daqui para frente.
MOK: Quais os momentos mais relevantes desses 120 anos de relações diplomáticas?
Fukushima: O Japão e o Brasil se tornaram verdadeiras nações amigas graças ao tradicional intercâmbio humano e os valores comuns. Em 120 anos de história, a imigração japonesa no Brasil, que se iniciou no ano de 1908, é de grande importância. Hoje, estima-se que há 1 milhão e 600 mil descendentes de japoneses no Brasil, e devido aos esforços diários destas pessoas, o Japão e os japoneses ganharam a confiança no Brasil. Ao longo destes últimos anos tivemos diversos intercâmbios entre os dois países, por meio da visita ao Brasil de membros da família imperial, primeiro-ministro e autoridades japonesas, além da visita ao Japão do presidente Lula e autoridades brasileiras. Sem falar nos projetos nacionais que contribuíram imensamente para o progresso econômico brasileiro e fortalecimento das relações econômicas, como o desenvolvimento do Cerrado. Neste contexto histórico e baseado nos laços com a comunidade nipo-brasileira, os dois países se tornaram imprescindíveis um para o outro, fortalecendo as relações em diversas áreas, como político-econômica, social, cultural e esportiva.
MOK: Em 2015 o senhor acredita que novos projetos e parcerias entre os dois países podem surgir?
Fukushima: Com a visita do primeiro-ministro Sinzo Abe, em agosto de 2014, inúmeros acordos de cooperação foram firmados com a presidente Dilma Rousseff. Em 2015, além da realização de diversos eventos comemorativos e culturais, terão início novos projetos nas áreas política, econômica e diplomática. Também há a possibilidade da presidente Dilma visitar o Japão este ano. Como resultado, esperamos um significativo avanço nas relações entre os dois países.
MOK: Quais eventos serão realizados no Brasil para comemorar os 120 anos do Tratado de Amizade?
Fukushima: Além do desfile em comemoração aos 120 anos de Tratado da escola de samba Águia de Ouro, está prevista a realização do festival de fogos de artifício em São Paulo, em setembro, evento considerado um dos principais em comemoração aos 120 anos do Tratado. E também serão realizados muitos outros eventos em todo o Brasil, criando uma atmosfera festiva em todo o país.
MOK: Algum representante do governo ou da família imperial japonesa estará presente em algumas dessas celebrações?
Fukushima: Até o presente momento, não há nada previsto, entretanto, esperamos que um representante venha participar das comemorações, bem como a ida ao Japão de autoridades brasileiras, e assim promova as relações de intercâmbio humano entre os dois países.
Comemoração em grande estilo
Bruno Hitoshi Teruia é o grande vencedor do concurso que escolheu a logomarca oficial do Tratado de Amizade
Para celebrar os 120 anos de Tratado de Amizade Brasil-Japão vários eventos vão ocorrer ao longo do ano de 2015. Para ilustrar as comemorações uma logomarca oficial foi definida.
O autor da logomarca selecionada é Bruno Hitoshi Teruia, que reside no Brasil. Ele se inspirou no “grou”, uma ave que simboliza a amizade e o bom agouro no Japão. Os japoneses têm costume de fazer “origami” de mil grous para desejar boa saúde para as pessoas queridas. Utilizando o grou de origami como o tema da logomarca, Teruia expressou a amizade de 120 anos entre o Japão e o Brasil com as cores das bandeiras nacionais dos dois países.
O desenho foi selecionado por meio da avaliação dos governos japonês e brasileiro como a melhor entre todas as propostas recebidas e será utilizada em todos os eventos comemorativos e nos materiais de divulgação.
Para conhecer mais detalhes sobre o concurso, a seleção da logomarca oficial e do seu uso, as informações estão disponíveis na página da Embaixada do Japão no Brasil: http://www.br.emb-japan.go.jp/31out2014.html.
Carnaval Japonês
Na passarela do samba paulista a terra do sol nascente vai reinar nas alegorias, fantasias e no enredo da Águia de Ouro
Fotos Daniel Yonamine / Yonamine Photo & Art
“Explode alegria num só coração / Eterna aliança Brasil e Japão
Voa Águia vai buscar / O sonho de ser campeã…”.
São com esses versos que o Grêmio Recreativo, Cultural e Social Escola de Samba Águia de Ouro, do bairro da Pompeia, vai levar para o Sambódromo do Anhembi toda a magia, modernidade e tecnologia do Japão para celebrar, em grande estilo, os 120 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil-Japão, e de quebra, lutar pelo título inédito de campeã do samba paulista.
O desfile da Águia de Ouro é um dos principais eventos das comemorações dos 120 anos de Tratado e conta com o apoio oficial do governo, por meio do Consulado Geral do Japão em São Paulo e do Instituto Paulo Kobayashi – entidade com foco nas ações sociais – e que está fazendo a ponte entre a Escola e a comunidade nipo-brasileira. “Somos o parceiro estratégico entre a escola, o consulado e a comunidade. Também colaboramos com a organização e a pesquisa do enredo”, explica o diretor de projetos do IPK, Celso Mizukami.
Ele conta que a ideia do enredo sobre os 120 anos de Tratado da Amizade surgiu do Cônsul Geral do Japão, Noriteru Fukushima, que foi abraçada de imediato pelo presidente da escola, Sidnei Carriuolo Antônio, e por toda a comunidade da Águia de Ouro. “A escola vai promover um grandioso intercâmbio cultural entre o Japão e o Brasil”, ressaltou Fukushima.
Não é a primeira vez que o carnaval paulista aborda o tema Japão na avenida do samba, a diferença, de acordo com Sidnei, é que as outras três escolas falaram sobre a imigração japonesa no Brasil e o foco da Águia de Ouro é diferente. “Vamos falar da amizade entre os dois países, do Japão moderno, antenado, que preserva a natureza, que cultua o corpo e a alma”, detalha.
O melhor, segundo o presidente da agremiação, é que a comunidade da Pompeia abraçou o tema e está sempre presente nos ensaios. “A nossa missão com esse enredo também é mostrar que os japoneses estão mais adaptados ao samba do que os brasileiros imaginam”, revela. “Para ter uma ideia, cerca de 150 pessoas do Japão estarão presentes em nosso desfile, somando a comunidade japonesa no Brasil, acredito que cerca de 700 japoneses e descendentes estarão na passarela do samba, na sexta-feira de carnaval, dia 13 de fevereiro”, detalha.
Para dar um toque ainda mais oriental ao desfile, a modelo nikkei Natália Inoue será a embaixatriz da escola. E a japonesa Miku Oguchi – rainha da bateria da Escola de Samba Saúde de Yokohama (Japão) – será a madrinha da bateria e junto com a rainha da bateria da Águia, Cinthia Santos, estará à frente dos ritmistas da escola.
Terceira colocada na classificação geral do carnaval de 2014, no Grupo Especial, a Águia de Ouro promete para 2015 um desfile encantador e cheio de surpresas, tanto para o público quanto para os jurados. E a energia positiva dessa galera – formada por brasileiros, japoneses e descendentes – pode ser vista nos ensaios da escola, que têm recebido cerca de 3 mil pessoas, que entoam o samba enredo e ensaiam para fazer bonito no grande dia.
Cor, Alegorias e Fantasias
Com cinco alegorias, 27 alas, 250 ritmistas na bateria, comissão de frente, e 3400 componentes a Águia de Ouro promete invadir a avenida do samba em grande estilo. “O nosso enredo vai falar de um Japão moderno, que dita moda, que celebra a alma, que cuida do corpo, o Japão da tecnologia, dos animês e dos mangás”, esclarece o carnavalesco da Águia, Claudio Cavalcante, mais conhecido como Cebola, que tem 28 anos de carreira e faz o oitavo carnaval na agremiação da Pompeia. “Ele vai abranger esse olhar contemplativo, de agradecimento entre os dois povos, de intercâmbio de costumes, hábitos e cultura”, completa Amarildo de Mello, carnavalesco da escola, que tem 25 anos de experiência na área.
Amarildo explica que o desfile será dividido em cinco setores: “O primeiro vai falar do Japão contemporâneo que ressurge das cinzas como uma fênix após cada catástrofe, um país que se modernizou, o Japão do cospley e da robótica. O segundo vai abordar o Japão que cuida do corpo, que pratica artes marciais, que consome alimentos saudáveis. No terceiro vamos trazer o Japão que cuida da alma, que tem fé, que medita. Já no quarto, as tradições estarão em evidência, as memórias registradas e vividas, o país das festas e dos matsuris. E para finalizar o desfile, o quinto setor vai evidenciar os laços entre Brasil e Japão, em que os dois países se unem pelo carnaval e pelo futebol. Enfim, uma visão lúdica e carnavalesca da amizade entre as duas nações, onde o enredo termina, mas a história continua”, detalha.
Nas fantasias, belas e coloridas, alusão aos temas relacionados ao Japão como karaokê, kabuki, sagrado alimento do mar, terra e agricultura, manekineko e lolitas. “Ao todo, vamos produzir 3600 fantasias. Para auxiliar nesse trabalho temos cinco ateliês parceiros, que colaboram com a produção”, explica Bety Trindade, responsável pelas fantasias e adereços da agremiação. Para ter inspiração e montar as fantasias, Bety, Amarildo e outros componentes da escola viajaram até o Japão. “Essa vivência abriu um leque enorme de possibilidades. É o antigo e o moderno convivendo juntos, em harmonia e com respeito”, comenta Bety.
Segundo Amarildo, o público terá grandes surpresas nesse desfile. “A comissão de frente será muito inusitada, vai trazer a ligação entre as culturas japonesa e brasileira e com certeza vai surpreender o público”, conta. “Além disso, na quarta alegoria contaremos com um carro alegórico do Japão, do tradicional Festival Tachineputa, da cidade de Goshogawara, localizada na Província de Aomori, com dimensões que impressionam, são 15 metros de altura e um visual moderno. Ele está vindo para o Brasil de navio, em 15 containers. Nesse mesmo carro, 21 tocadores de taikô, do grupo Wadaiko Sho, vão encantar o público com as batidas dos tambores japoneses”, revela.
A Águia e o Japão
Ledo engano os que pensam que o Japão surgiu apenas nesse carnaval no coração da Escola azul e branca. Muito pelo contrário, como faz questão de enfatizar o presidente da agremiação, essa relação já é antiga. “Nosso primeiro contato com a terra do sol nascente foi em 1986, quando fomos convidados para fazer a inauguração de um parque de diversão em Okayama. Ficamos dois meses por lá, com 35 membros da Águia de Ouro”, conta Sidnei.
Desse primeiro contato com a cultura e as terras japonesas nasceram outros projetos, como detalha o presidente da Águia: “Em 2000 recebemos a visita da ritmista Midori, uma estudiosa da cultura brasileira, que nos fez o convite para irmos ao Japão realizar um workshop com as escolas e sambistas japoneses de Asakusa. E de lá para cá todos os anos realizamos esse intercâmbio. Nós vamos para o Japão e eles vêm ao Brasil”, explica. “Não é só o enredo desse ano, é um projeto que já existe há mais de 10 anos e que vai continuar depois desse carnaval”, salienta.
No ano de 2011 foi a vez do Instituto Paulo Kobayashi embarcar no projeto. “O Sidnei me procurou para fazer uma parceria com o IPK com o objetivo de colaborar com a ida de membros da escola para o carnaval de Asakusa, o maior carnaval de rua fora do Brasil”, conta Celso. “O IPK firmou a parceria com esse projeto sócio-cultural de intercâmbio e desde então ajuda a disponibilizar a ida dos componentes. No Japão, os membros do grêmio recreativo fazem palestras e workshops nas escolas de samba e visitam colégios municipais que atendem aos filhos de brasileiros que moram no país, para que esses tenham contato com a cultura do Brasil”, completa o diretor do IPK.
E em 2015 não vai ser diferente. O projeto vai ultrapassar os limites do Sambódromo do Anhembi, passar pelo samba paulista e continuar até o mês de agosto, no carnaval de Asakusa. “Pretendemos levar o máximo de pessoas da nossa escola para desfilar no Japão”, adianta Sidnei. De preferência, com o título de campeã do carnaval 2015 em mãos: “Nossas expectativas são as melhores possíveis. Estamos fazendo o nosso melhor e correndo com tudo atrás do título”, finaliza o presidente.
Aos interessados em desfilar ou conhecer a agremiação mais de perto, os ensaios acontecem às sextas-feiras, a partir das 22h, e aos domingos, a partir das 20h30. Mais informações podem ser obtidas por meio dos sites www.ipk.org.br ou www.aguiadeouro.com.br.
Carnaval é competição
Para quem vai desfilar pela agremiação, vale lembrar que é obrigatória a presença nos ensaios (técnicos e específicos na quadra), bem como decorar a letra do samba e entrar totalmente no clima. Afinal, mesmo com toda a empolgação, o desfile é uma competição e conta pontos perante os jurados do Carnaval de São Paulo.
Informações
Escola de Samba Águia de Ouro
Avenida Presidente Castelo Branco, 7683 (marginal Tietê) – Pompeia
Tel.: 11. 3872-8262
Outros carnavais
A temática japonesa já foi representada por três escolas de samba paulista
O Japão, suas peculiaridades, costumes e histórias já desfilaram três vezes na avenida do samba de São Paulo. A primeira vez foi em 1983, com a Sociedade Recreativa, Cultural, Social, Esportiva e Beneficente Faculdade do Samba Barroca Zona Sul, que desfilou com o enredo “75 anos de imigração japonesa no Brasil (O Reino do Sol Nascente)” e conquistou o sexto lugar.
Em 1998 foi a vez do Grêmio Recreativo, Cultural e Social Escola de Samba Vai Vai falar sobre a imigração japonesa no Brasil, que comemorava 90 anos. O enredo escolhido foi o “Banzai Vai Vai”, que tinha como objetivo demonstrar de forma lúdica os principais aspectos da cultura japonesa, a troca de valores entre o Japão e o Brasil, e a integração entre as duas nações. O samba conquistou o público e os jurados, e a escola da Bela Vista conquistou o título de campeã do carnaval paulista.
Dez anos depois, a temática voltou a ser escolhida, dessa vez para celebrar o centenário da imigração japonesa no Brasil. Com o samba “Irashai-Mase, milênios de cultura e sabedoria no centenário da imigração japonesa” o Grêmio Recreativo, Cultural e Social Escola de Samba Unidos de Vila Maria, ficou com o terceiro lugar da competição.
Soltando a voz
Aprenda a cantar o samba-enredo da Águia de Ouro
“Brasil e Japão – 120 anos de União”
Compositores: Serginho do Porto, Chanel da Vila, Douglas Aguiar (Douglinhas), Ivanzinho e Pelezinho Aha
Intérprete oficial: Douglas Aguiar (Douglinhas)
Superação
Renasceu das cinzas a nova nação
Hoje é modernidade
Guerreiros da criação
No corpo se guarda o tesouro, cuidar é preservar
Colher e semear os frutos da mãe natureza
E com leveza para sempre desfrutar
É o elo pra purificar
Rituais de fé a meditar
A mente e a alma equilibrar (bis)
Respeito à vida Religião
É paz no coração
Agradecer aos deuses
Louvar e sempre celebrar
Em forma de arte unindo o folclore
É cultura popular
E assim de gol em gol
Virou paixão, eternizou
Os laços dessa união
Festejar
E mostrar ao mundo inteiro
Mais um samba verdadeiro
No carnaval de Asakusa
Explode alegria num só coração
Eterna aliança Brasil e Japão
Voa Águia vai buscar
O sonho de ser campeã