Cerca de 20.000 crianças estrangeiras podem não frequentar a escola, apesar de poderem se inscrever, mostrou um estudo do governo na sexta-feira (27/09). Anteriormente já publicamos aqui na Mundo OK uma matéria sobre crianças brasileiras e de outros países com problemas em escolas no Japão, através de uma pesquisa feita pela NHK.
Agora a pesquisa vêm através do governo japonês. A primeira dessas pesquisas, conduzida pelo ministério da educação em Maio e Junho, constatou que 19.654, ou 15,8%, de crianças estrangeiras elegíveis não frequentam escolas primárias ou secundárias, embora algumas possam frequentar escolas internacionais.
Segundo o ministério, crianças estrangeiras que desejam frequentar escolas públicas de ensino fundamental ou médio podem fazê-lo gratuitamente, de acordo com os Pactos Internacionais sobre Direitos Humanos e outros acordos. No entanto, diferentemente das crianças japonesas, a educação para elas não é obrigatória.
Ao explicar a falta de participação, o ministério disse que algumas crianças e responsáveis podem não ter domínio suficiente da língua japonesa e que o apoio do governo local também varia, acrescentando que algumas crianças podem estar trabalhando ou cuidando de irmãos em casa. O estudo também descobriu que 1.196 municípios, ou 68,7% do total em todo o país, tinham pelo menos um filho em idade escolar de nacionalidade estrangeira.
Com o lançamento em Abril de um novo sistema de vistos para atrair mais trabalhadores do exterior, espera-se que o número de famílias estrangeiras que vivem no país continue a aumentar.
Com base nos resultados, o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia implementará medidas para ajudar as crianças atualmente não pertencentes ao sistema educacional a se matricularem na escola.
O estudo foi realizado por meio de conselhos de educação em todos os 1.741 municípios, abrangendo 124.049 crianças estrangeiras listadas em registros de residência – 87.164 em idade escolar primária e 36.885 em idade escolar secundária. Foram excluídos cidadãos duplos com japoneses e outra nacionalidade.
Ao verificar os registros escolares de cada conselho de educação, o ministério constatou que 1.000 crianças não estavam frequentando a escola, enquanto os status de outros 8.768 não foram confirmados. Não foi possível verificar as circunstâncias de mais 9.886 crianças devido a motivos que incluíam sua ausência nos registros escolares, apesar de estarem listados no sistema de registro de residentes.
Por prefeitura, Tóquio foi responsável pelo maior número de crianças estrangeiras que não frequentam a escola em 7.898, seguido por Kanagawa em 2.288, Aichi em 1.846, Chiba em 1.467 e Osaka em 1.457.
Cerca de um terço dos municípios, ou 649, não enviou avisos sobre matrículas no ensino fundamental ou médio a famílias com crianças estrangeiras elegíveis.
Mesmo entre os governos locais que entregaram avisos, muitos enviaram documentos apenas em japonês, segundo a pesquisa.
Fonte: Japan Times
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