China vê Brasil como “celeiro” de oportunidades e CBCDE pede para que os empresários tupiniquins mudem a sua visão em relação ao país oriental
Foto Divulgação CBCDE
Em entrevista à revista Mundo OK, sr. Tang Wei, diretor-geral da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE) faz um apelo aos empresários brasileiros: que mudem a sua visão em relação à China como país fornecedor de produtos atrativos para serem revendidos no mercado brasileiro. “Fazemos esse apelo porque as exportações de produtos brasileiros industrializados à China estão em ritmo lento. Os empresários precisam mudar a sua visão e passar a enxergar a China como um mercado com potencial de consumo dos produtos brasileiros. No ano passado, a China importou do mundo todo cerca de 2 trilhões de dólares. Imagine o que significa ter uma pequena fatia desse montante?”, provoca o diretor.
Para fomentar esta visão de negócios por parte dos brasileiros, a Câmara organiza palestras, recepções e outros eventos que visam passar informações aos empresários brasileiros sobre o mercado chinês. Além disso, coordena viagens de negócios tanto dos chineses ao Brasil quanto dos brasileiros à China. “O número de comitivas chinesas é muito maior do que de brasileiras”, enumera.
Segundo o diretor, no mercado chinês, há espaço para todos os tipos de produtos brasileiros e para empresários grandes e pequenos. “Hoje, o mercado de alimentos na China está aquecido. Pode haver oportunidades de negócios nessa área e também na de exportação de máquinas e equipamentos, pois foram esses os produtos líderes de importação da China”, completa.
Ele lembra que ao contrário dos brasileiros na China, os chineses estão investindo altas cifras no Brasil, em áreas que concentram grande riqueza, como a de energia e de infra-estrutura, em especial com a chegada da Copa e das Olimpíadas. “Mas, este investimento não é pontual. A China pretende continuar a investir no Brasil. Por enquanto, os principais focos de investimento estãoem São Pauloe no Rio de Janeiro”, continua ele.
E nesse caminho de parceria, Tang acredita em cooperação mútua e aprendizado tanto do lado brasileiro quanto do chinês. “Os brasileiros podem aprender a ter mais iniciativa e espírito competitivo com os chineses, por exemplo. Já os chineses têm muito a aprender sobre o sistema de crédito, que no Brasil é muito mais avançado do que na China. Isso estimularia ainda mais o consumo”.
E, por fim, ele faz um balanço sobre essa parceria. “Quem diria que 200 anos depois de os primeiros imigrantes chineses chegarem ao Brasil, os dois países se tornariam os maiores parceiros econômicos? É motivo para muita comemoração!”, finaliza.
Intensivão
Dentre as ações para fomentar as relações entre Brasil e China, a Câmara realiza desde 2009 um programa de intercâmbio de um mês, que já levou cerca de 120 estudantes de vários Estados brasileiros àquele país e neste ano completa sua 7ª. edição.
As inscrições para próxima viagem, marcada para 6 de julho, estão abertas e vão até o dia 18 de junho. Podem participar graduados ou graduandos em qualquer área de formação, maior de 18 anos com conhecimentos avançados do idioma inglês.
O investimento é de US$2.990,00. No pacote estão inclusos itens como hospedagem no próprio campus da universidade chinesa; aulas de política, economia, ambiente de negócios na China; além de cultura chinesa e mandarim. As passagens aéreas não estão incluídas neste valor. Os participantes também assistirão a palestras e visitarão fábricas chinesas. Os fins de semana serão reservados à imersão cultural com visita a museus e restaurantes, além de outras atividades.
“O intercâmbio foi de extrema importância no meu desenvolvimento profissional e pessoal. A China me proporcionou uma visão diferente do mundo e do comportamento. Tivemos palestras e visitas técnicas, que nos fizeram ver o que realmente a China é e como o “grande dragão” funciona, conta o curitibano Arthur Zarpellon, que participou da 6ª edição do programa que é uma parceria da CBCDE com a Beijing Language and Culture University (BLCU). Mais informações e inscrições pelo 11. 3082-2636 ou cbcde@cbcde.org.br.