Comunidade: Relíquias do passado

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Em ano de comemoração de 105 anos de imigração japonesa, exposição reúne quimonos raros e luxuosos

Redação

Réplica de quimono usado nas cortes japonesas no período Heian (795-1185)Nas celebrações de 105 anos de imigração japonesa no Brasil, um evento tem chamado a atenção desde maio: parte de uma rara coleção de 400 quimonos luxuosos do acervo do Museu Histórico da Imigração Japonesa do Brasil (MHIJB) está exposta no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo. Muitas das vestimentas contam, também, a saga dos primeiros imigrantes, que desembarcaram no porto de Santos para vencer em um novo país.

A mostra também marca o lançamento da campanha de arrecadação de recursos para a construção de uma reserva técnica, espaço adequado para armazenar os quimonos a ser construído na sede do MHIJB, na Liberdade. As peças estão armazenadas de forma inapropriada no Museu, o que pode comprometer a conservação. “Quando o Museu da Imigração Japonesa nos apresentou o projeto resolvemos acolher a exposição que tem um caráter comemorativo e, ao mesmo tempo, social”, afirma Ana Cristina Carvalho, curadora do Acervo Artístico Cultural dos Palácios, responsável pela montagem da exposição.

“Os quimonos revelam a beleza da tradição japonesa”, afirma a curadora convidada Denise Mattar, responsável pela seleção das 30 vestimentas, das quais 24 são exibidas em vitrines e seis em manequins. Um dos mais notáveis é um quimono de 12 camadas, uma reprodução da vestimenta que costumava ser usado nas cortes japonesas na era Heian (795-1185). “Cada quimono tem uma estampa única e esplendorosa, é uma peça exclusiva e artesanal”.

Os quimonos estão divididos pelos temas das estampas (objetos, leques, fitas) e técnicas de confecção (pintados, bordados, tramas). A delicadeza da produção é tamanha que há quimonos bordados com fios de ouro. Como no Japão as estações do ano são bem definidas, ainda há um quimono para cada época, que serão mostradas na exposição.

Vitrine_ALTAHá trajes específicos apenas para casamentos, que promete ser uma das atrações da mostra. “Os quimonos tem um valor espiritual para os imigrantes japoneses”, afirma Lidia Yamashita, vice-presidente do Museu Histórico da Imigração Japonesa do Brasil. “Os quimonos de casamentos, por exemplo, foram doados por japoneses que sonhavam que as filhas fossem se casar com trajes típicos”.

Gravuras – A coleção de 30 gravuras produzidas no Japão, no século XIX, pertencente ao Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo também integra a mostra. Denominadas ukiyo-e, refletem a estética do mundo flutuante associada à prosperidade da cultura urbana nipônica no período Edo (1600-1867), envolvendo o processo de impressão sobre papel de palha de arroz em xilogravura. A temática aborda o teatro kabuki, os guerreiros e as mulheres de entretenimento, também conhecidas como figuras bonitas. O quimono é retratado constantemente, revelando o requinte das técnicas de tessitura, tingimento e tecelagem e o significado que desempenha perante as relações sociais. Segundo a curadora do Acervo-Artístico, Ana Cristina Carvalho, “a imagem dos quimonos é, portanto, a ponte que integra as duas coleções”.

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SERVIÇO

Palácio dos Bandeirantes

Avenida Morumbi, 4500

Morumbi – São Paulo/SP

Data: de 29 de maio a 28 de julho

Horário de visita: de terça a domingo, das 10h às 17h (de hora em hora)

Informações (11)2193-8282 monitoria@sp.gov.br

GRÁTIS