Aos olhos do Japão

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Os últimos dois meses foram bastante agitados no campo diplomático. Principalmente envolvendo Brasil e Japão, pois, diversas comitivas formadas por lideranças nipônicas vieram ao Brasil. Os objetivos foram os mais diversos: fomento de novos negócios, intercâmbio cultural e participação em celebrações de datas simbólicas, como os acordos de coirmandade entre cidades daqui e de lá. Enfim, no total, dezenas de japoneses desembarcaram em julho e agosto.

Na esfera estadual, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, firmou, em conjunto com o governador da província de Mie, uma declaração dos 40 anos de acordo de irmandade, contemplando mais cooperação pela aliança de amizade entre os dois estados, promovendo intercâmbio econômico e cultural, colaboração entre as indústrias e expansão do mercado turístico, além de apresentar alternativas a problemas ambientais. Mesmo que na prática tudo isso possa demorar para acontecer, pelo menos no papel, já está conceituado.

Em seguida, houve o encontro mais emblemático, entre os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo Machado, e do Japão, Fumio Kishida. Antes dele, outros três ministros japoneses estiveram por aqui, o que mostra um elevado interesse dos japoneses em formalizar parcerias mais sólidas com o Brasil. Na agenda, os ministros discutiram ampliação de acordos econômicos, comerciais e nas áreas de ciência, tecnologia e educação. A ideia é adotar medidas que estimulem a presença de empresas brasileiras no Japão e de japonesas no Brasil.

Para a comunidade, o ministro também trouxe boas notícias. A preocupação com os trabalhadores brasileiros no Japão também entrou em pauta, assim como a retomada das bolsas de estudos Gaimusho. Segundo Kishida, “o Japão sempre estará de portas abertas aos brasileiros”, o que mostra o grande interesse em manter laços e parcerias com o Brasil.

O momento, portanto, é de reflexão. O Japão mostrou, com toda essa vibração, que está, de fato, interessado em acelerar negócios. Por outro lado, o Brasil, que segue escorregando na economia, pode encontrar novas possibilidades na acolhida japonesa. Basta ter uma boa articulação e acreditar nas próprias forças.

Boa leitura.

Rodrigo Meikaru

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