Há quase 30 anos, Sueli Oshiro faz a alegria dos moradores da zona Norte da capital paulista com o sabor e o tamanho (gigante) de seus quitutes
Fotos Divulgação
com as duas mãos, para não quebrar e deixar todo o recheio escorrer
Que a zona Norte da capital paulista é um verdadeiro paraíso gastronômico, com restaurantes de várias especialidades, não é novidade para os paulistanos. O que, talvez, muitos não saibam é que algumas iguarias são vendidas apenas ali. Algumas dessas indicadas especialmente para os apaixonados por pastel e salgados, ou para os famintos de plantão. Como o Pastel da Sueli, sucesso na Vila Medeiros há quase 30 anos, e que surpreende pelo tamanho avantajado de seus quitutes.
Sueli Oshiro Ferreira, de 49 anos – conhecida apenas por Su – não trabalha com miséria, tudo é caprichado e bem recheado. A sua história com os salgados começou há mais de 30 anos, quando resolveu sair de Suzano e morar em São Paulo. Chegando à capital passou a ajudar a tia a vender pastéis. Depois resolveu produzir seus próprios pastéis.
A ideia de trabalhar com quitutes (bem) grandes surgiu naturalmente. “Eu sou meio exagerada para as coisas. Tudo o que eu faço é grande”, explica. “E desde o começo essa é a nossa marcar registrada”, revela. Sueli e o marido Antonio Ferreira Filho, mais conhecido como Ceará, começaram a vender seus beliscos em uma Kombi azul estacionada na frente da Paróquia Nossa Senhora do Loreto, onde ficaram por 26 anos. O ponto fixo veio no início de 2014, a poucos metros dali. Não há mesas, apenas um balcão, de onde se pedem os salgados.
A rotina é cansativa. Sueli e o marido acordam bem cedinho, por volta das 4h da manhã, para iniciarem os preparativos do dia. “Fazemos as massas, os recheios e preparamos todos os salgados para poder vender no final do dia. Tudo fresquinho, feito todos os dias”, detalha a pasteleira que não reclama da correria. “Quando fazemos o que gostamos e com prazer, nem cansa tanto”, ressalta.
A correria maior, porém, é na hora de vender os salgados. Antes mesmo da casa abrir, já há um pequeno grupo de pessoas esperando pela chegada do casal. “É que acaba tudo rápido, em menos de três horas já vendemos todos”, explica Sueli.
E não é para menos, o pastel especial custa apenas R$ 5,00 e tem “só” 30 centímetros, com recheios tradicionais: carne, queijo, pizza, bauru, palmito e frango com catupiry, um dos mais pedidos, segundo Su. Os mais gulosos ainda podem optar pelo pastel especial, que tem por volta de meio metro e custa R$ 8,00. Metade é recheada de carne, a outra de frango, tudo coberto com presunto, muçarela e ovos cozidos. A iguaria é tão grande e pesada que precisa ser segurada com as duas mãos, para não quebrar e deixar todo o recheio escorrer.
serve bem até duas pessoas
Outro quitute que faz sucesso é o quibe frito (R$ 8,00) – recheado de carne moída e muçarela –, também com 30 centímetros e pode, sozinho, alimentar duas pessoas. Coxinhas e bolinhos de queijo e carne, tão recheados quanto, completam o cardápio. Para acompanhar todos esses salgados “da pesada”, há caldo de cana, sucos e refrigerantes.
Ao todo, são vendidos mais de 300 salgados por dia. O segredo do sucesso, Sueli revela com alegria: “É fazer tudo com amor e, claro, com bastante fartura”, conta.
Sempre atenciosa, ela não anota nenhum dos pedidos de quem vai chegando. Em perfeita harmonia, a dupla se entende sem erros: ela canta os pedidos, o marido fica responsável por fritar os salgadões. Ela embrulha tudo, cobra e entrega os pedidos para os fregueses, que comem ali mesmo pela calçada ou levam para casa.
E se você, caro leitor, ficou com vontade de experimentar os famosos salgados da Sueli, anote a dica: chegue cedo! A fila é grande e você ainda corre o risco de chegar ao balcão e não ter mais nada.
Informações
Pastel da Sueli
Avenida Nossa Senhora do Loreto, 927 – Vila Medeiros
De segunda-feira a sábado das 16h30 às 20h
