Ícone de toda uma geração, o ‘Rei dos Monstros’ vai invadir as telonas de todo o Brasil em uma superprodução da Warner Bros. Pictures
Fotos Divulgação Warner Bros. Pictures
Em 2014 o monstro mais famoso do mundo renasce com o lançamento de “Godzilla”, filme de ação da Warner Bros. Pictures e Legendary Pictures. Em uma aventura espetacular, o monstro mais reverenciado dos últimos tempos luta contra criaturas malévolas que, sustentadas pela arrogância científica da humanidade, ameaça a própria existência humana. O longa chega às telonas de todo o Brasil no dia 15 de maio, e está previsto para ser apresentado em 3D, 2D e IMAX®.
No comando dessa nova versão do Rei dos Monstros – criado em 1954, pela japonesa Toho Pictures e que já estrelou diversos filmes –, está o visionário diretor Gareth Edwards (“Monstros”). Fã de Godzilla, Edwards promete resgatar os valores do filme original e o clima de medo dos longas mais antigos do personagem icônico da cultura oriental.
Além disso, o diretor apresenta uma poderosa história sobre a coragem humana e a reconciliação ao enfrentar forças titânicas da natureza, quando o impressionante Godzilla, de 120 metros de altura, surge para restaurar o equilíbrio, enquanto a humanidade observa indefesa. A nova trama envolve histórias paralelas se desenvolvendo ao longo de anos – e em locais distintos, como Japão, Filipinas e EUA.
Estão no elenco do longa Aaron Taylor-Johnson (“Kick Ass – Quebrando Tudo”), o indicado ao Oscar® Ken Watanabe (“A Origem”), Elizabeth Olsen (“Martha Marcy May Marlene”), a vencedora do Oscar® Juliette Binoche (“O Paciente Inglês”, “Cosmópolis”), Sally Hawkins (“Blue Jasmine”), o indicado ao Oscar® David Strathairn (“Boa Noite e Boa Sorte”) e Bryan Cranston (“Argo”).
O roteiro do filme é de Max Borenstein, Frank Darabont e Dave Callaham. Com produção de Thomas Tull e Jon Jashni, da Legendary, com Mary Parent e Brian Rogers. Alex Garcia e Patricia Whitcher são os produtores-executivos ao lado de Yoshimitsu Banno e Kenji Okuhira. A película será distribuída mundialmente pela Warner Bros. Picutres, exceto no Japão, onde será distribuída pela Toho Co.
Em declaração a imprensa, o desenhista de produção Owen Patterson explica que “retratar o drama humano é nosso principal objetivo e temos núcleos de personagens bem definidos e uma trama de mistério que se desenvolve ao longo de décadas. Mas, claro, teremos confrontos colossais entre monstros e um terceiro ato inacreditável”, relata.
Patterson também contou sobre os desafios de criar Godzilla: “Criá-lo foi um desafio enorme. Fizemos os ossos, as camadas de músculos, de pele, e ele vive e respira na computação gráfica”, revela. Quanto ao visual, o desenhista esclarece que por ser um filme que presta homenagem ao original, ele se manteve extremamente fiel ao clássico. “Ele é o Godzilla de sempre, só que um pouco modernizado, mais ameaçador. Ele tem uns ângulos mais incisivos, mas é o mesmo monstro. Os fãs vão reconhecê-lo na hora”, assegura.
O diretor Edwards, explicou para a imprensa, que o filme é uma “espécie de continuação espiritual do primeiro, só que mais contemporânea. Para mim, o que faz um filme de Godzilla um filme de Godzilla é a humanidade. Criar o monstro foi fácil – foi só respeitar o modelo existente e dar um ar mais feroz e orgânico a ele. Encontrar os personagens certos para a jornada emocional que procurávamos foi a pior parte. E, claro, criar os outros monstros, há tantas possibilidades”, conta.
E se os fãs do Rei dos Monstros estão com medo do novo filme repetir o fracasso da versão hollywoodiana anterior, de 1998, Edwards é tranquilizador, resumindo sua experiência e devoção ao personagem e seu legado: “Ninguém vai ficar mais decepcionado do que eu se ‘Godzilla’ não sair exatamente como deveria ser”, finaliza.
Enquete com os fãs
Saiba o que os apaixonados por Godzilla mais gostam no monstro japonês, o melhor filme em suas opiniões e as expectativas para a nova versão hollywoodiana
Fotos Arquivo Pessoal e Revista Mundo Ok
** Nome: Fábio Ferreira Nascimento
** Idade: 38 anos
** Atuação: Professor de História
– Com quantos anos e como conheceu o Godzilla?
Fábio: Quando eu tinha uns 7 anos, assistia ao desenho animado do Godzilla e o primeiro longa da franquia que eu assisti foi o “King Kong vs Godzilla”, de 1962, eu sempre gostei de filmes de monstros e ele despertou meu interesse na hora.
– O que mais gosta no Godzilla?
Fábio: O fato de ele ser diferente, porque ele consegue ao mesmo tempo ser um vilão e um herói. Ele é um monstro egoísta, só ele pode destruir as cidades, ele ataca os outros monstros que tentam fazer o mesmo que ele.
– Já assistiu a todos os filmes?
Fábio: Já assisti a quase todos, estou sempre procurando mais filmes. Cheguei até ao ponto de escrever um roteiro para o monstro, o nome do meu filme é Godzilla vs Dragão do Apocalipse e se passa em Tóquio.
– Qual filme do Rei dos Monstros você gosta?
Fábio: Do filme “Godzilla vs Space Destroyer”, de 1995, que era pra ser o último filme do Godzilla.
– Quais as suas expectativas para o novo filme?
Fábio: Pelos trailers aparenta ser um bom filme, o monstro lembra bastante o Godzilla original e também vai ter outros monstros.
** Nome: Fernando Ávila de Lima
** Idade: 31 anos
** Atuação: Diretor comercial
– Com quantos anos e como conheceu o Godzilla?
Fernando: Eu tinha 18 anos quando comecei a me interessar e assistir aos filmes do Godzilla, depois disso não parei mais.
– O que mais gosta no Godzilla?
Fernando: Acredito que gosto do Godzilla porque ele marcou presença na minha juventude, época em que fiz várias amizades, além disso, foi um dos poucos filmes que entrou no meu “hall da fama”, e ainda tenho a oportunidade de apresentar o monstro gigante ao meu filho de 4 anos. E também porque os filmes são ótimos.
– Já assistiu a todos os filmes?
Fernando: Sim, já assisti a todos os filmes.
– Qual filme do Rei dos Monstros mais gosta?
Fernando: Do “Godzilla – Final Wars”, de 2004.
– Quais as suas expectativas para o novo filme?
Fernando: Depois do fracasso da outra edição hollywoodiana de 1998, prefiro não criar muitas expectativas para esse filme, para não me decepcionar.
** Nome: Takashi Tikasawa
** Idade: 41 anos
** Atuação: Empresário
– Com quantos anos e como conheceu o Godzilla?
Takashi: Eu devia ter uns 9 anos quando assisti o primeiro filme do Godzilla. Não tinha nada parecido na televisão brasileira e fiquei fascinado com o monstro gigante que destruía carros e prédios.
– O que mais gosta no Godzilla?
Takashi: Acredito que o Godzilla faz sucesso porque ele nos desperta a mesma fascinação que os monstros da pré-história. Misturamos o lado realista, das cidades atuais sendo invadidas e destruídas, com o imaginário dos monstros gigantes.
– Já assistiu a todos os filmes?
Takashi: Assisti a quase todos.
– Qual filme do Rei dos Monstros mais gosta?
Takashi: “King Kong vs Godzilla”, de 1962 e “Godzilla – Final Wars”, de 2004.
– Quais as suas expectativas para o novo filme?
Takashi: Acho interessante que o Godzilla, que é um ícone japonês esteja novamente no mundo hollywoodiano, mas não quero que ele perca a essência japonesa. Estou muito ansioso, as expectativas para o novo filme são grandes, quero muito assistir.
Senhor de respeito
Aos 60 anos, Godzilla conquistou o público japonês, fez sucesso no Brasil e mostra vitalidade ‘de menino’ em suas aventuras
A história de sucesso do monstro japonês Godzilla teve início em 1954, pelas mãos do produtor Tomoyuki Tanaka, da japonesa Toho Pictures. De lá para cá, já se passaram 60 anos, 30 filmes produzidos, além de histórias em quadrinhos, séries, desenhos animados e diversos tipos de produtos como games e bonecos, tendo o monstro como personagem principal.
De acordo com o artigo “Godzilla – 50 anos”, do desenhista, redator e estudioso da cultura pop japonesa, Alexandre Nagado, o idealizador do Godzilla queria uma trama com um monstro gigante que associasse o medo da guerra nuclear a uma narrativa grandiosa, com ênfase na luta do ser humano para sobreviver a seus próprios erros; no caso, o uso militar da energia atômica, que desperta a terrível criatura tal qual uma vingança da natureza.
No comando do projeto visual e efeitos especiais estava Eiji Tsuburaya – que anos mais tarde organizaria o estúdio Tsuburaya Productions e criaria o super-herói Ultraman –, e na direção Inoshiro Honda, assistente do cineasta Akira Kurosawa e diretor de filmes-catástrofe. Como não tinham muitos recursos, tiveram que improvisar e utilizaram um traje emborrachado vestido por um dublê para dar vida ao monstro. “O que era uma solução econômica, nas mãos de Eiji Tsuburaya e Inoshiro Honda virou cult e se tornou uma das marcas dos filmes de tokusatsu, os efeitos especiais japoneses”, explica Nagado.
“O uso de maquetes detalhadas, boa direção e uma trilha sonora imponente criaram um enorme sucesso de bilheteria perto do Natal de 1954. Nascia o gênero kaiju eiga, ou cinema de monstros, tendo ‘Gojira’ como o maior dos kaiju. Com sua continuação um ano depois, Gojira virou uma lucrativa franquia e logo daria seus passos fora do Japão”, revela Nagado em seu artigo.
O ícone do cinema japonês, com suas rajadas nucleares emitidas pela boca, ultrapassou as fronteiras japonesas, e já em 1956 começou a fazer sucesso também fora do arquipélago.
Nagado explica que a fita original foi distribuída nos Estados Unidos com o título alterado para “Godzilla – king of monsters” (o rei dos monstros), e novas cenas e um novo roteiro foram acrescentados, tendo à frente o ator Raymond Burr. “Com essa antropofagia cultural e étnica, Godzilla foi sucesso nos Estados Unidos e, de influenciado, passou a influenciar muitas produções. Da América do Norte para o resto do mundo, o Rei dos Monstros virou ícone da cultura pop mundial”, conta. Por lá, Godzilla ganhou versões em quadrinhos e um desenho animado dos estúdios Hanna-Barbera.
Além de Godzilla – que ao longo da cronologia japonesa sofreu variações de tamanho e poder – outros monstros gigantes fizeram sucesso no país, como a mariposa Mothra, o monstro Rodane, o dragão de três cabeças King Ghidra e a tartaruga voadora Gamera, que com exceção da última, também foram incorporados ao filme do Rei dos Monstros, travando algumas disputas com ele. Sendo o clássico dos clássicos da fase áurea, de acordo com Nagado, o “King Kong versus Godzilla”, de 1962.
Em 1998, o Rei dos Monstros também ganhou uma versão hollywoodiana, da dupla Dean Devlin e Roland Emmerich, autores de “Independence Day”, tendo no elenco Matthew Broderick e Jean Reno. Gerado em computação gráfica o monstro americano não se tornou grande sucesso, muito pelo contrário, foi muito criticado pelos fãs. “Com design radicalmente diferente do original, ares de superprodução e preocupado em parecer verossímil, ‘Godzilla’ não emplacou e o gancho para continuação no final acabou se perdendo”, relata Nagado em seu artigo.
Após o fracasso americano, Godzilla volta aos estúdios da Toho e reaparece em mais alguns filmes como o “Godzilla Millennium”; “Godzilla x Mothra x Ghidra”, do diretor Shusuke Kaneko; e, finalmente, o último filme produzido no Japão, “Godzilla Final Wars”, do diretor Ryuhei Kitamura, em que o monstro enfrenta quase todas as criaturas da Toho, até mesmo o Godzilla americano, chamado apenas de Zilla.
No Brasil, segundo Nagado, quase todas as fitas originais de Godzilla foram exibidas no pequeno e extinto circuito de salas de exibição da colônia japonesa, na capital paulista. O monstro também deu as caras na telinha da televisão, com exibição de alguns filmes pela Rede Record e pelo Sistema Brasileiro de Televisão – SBT, conquistando também uma legião de fãs brasileiros.