Copa do Mundo: Bola rolando

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Especialistas contam quais as chances, os destaques e o atual panorama do futebol oriental

Texto: Cláudia Nakazato /Fotos Divulgação

Participando de sua quinta Copa do Mundo, a seleção japonesa  tenta surpreender e ter um desempenho melhor no torneio
Participando de sua quinta Copa do Mundo, a seleção japonesa
tenta surpreender e ter um desempenho melhor no torneio

Eles são as maiores potências econômicas do mundo. Referências em tecnologia e desenvolvimento humano, Japão e Coreia do Sul destacam-se, ainda, no beisebol. Mas, quando se trata de futebol, ambos mostram-se tímidos e, para a Copa, as expectativas não são lá das melhores. Contudo, seguindo o velho ditado de que “futebol é uma caixinha de surpresas”, podem conquistar boas vitórias.

Apesar do baixo rendimento nesta modalidade esportiva, as seleções orientais conquistaram seus espaços no futebol e representam com louvor a Ásia no Mundial. Em terras brasileiras, prometem jogos diferentes daqueles que se viam anos atrás. Pelo menos é o que os especialistas apontam.

“Há uma evolução geral no futebol. Atualmente, as seleções que, nos anos 80, começaram a realizar um trabalho incipiente, evoluíram. Os jogadores da África e da Ásia entraram no mercado europeu, ganharam experiência tática e passaram a jogar contra os melhores do mundo. A importação de técnicos e jogadores provocou uma evolução lenta”, explica o comentarista esportivo da Band, Claudio Zaidan. Já seu colega de profissão, o repórter da Rádio Bandeirantes Frank Fortes, concorda com o processo evolutivo. “O Japão incorporou a tática e a competitividade ao futebol para conseguir ganhar seu espaço mundialmente. Não dá mais para imaginar a Seleção Japonesa fora do Mundial”, frisa ele.

Ao todo, coreanos e japoneses somam 14 participações em mundiais, com desempenho pouco significativo. O ápice da Coreia foi

Seleção sul-coreana, que teve sua estreia em Copas do  Mundo em 1954, mas nunca chegou a uma final, tenta ter  um melhor desempenho no torneio sediado no Brasil
Seleção sul-coreana, que teve sua estreia em Copas do
Mundo em 1954, mas nunca chegou a uma final, tenta ter
um melhor desempenho no torneio sediado no Brasil

2002, quando sediou a competição junto com o Japão, avançando às semifinais – obteve um quarto lugar honroso.  Já a seleção japonesa, conhecida como “Samurais Azuis” , chegou às oitavas-de-final, em 2002 e 2010, sem maiores avanços.

“O futebol do Japão era muito ruim, pior do que o da Venezuela. Depois que Zico foi para lá, a coisa realmente melhorou. Era uma seleção nota 1, que hoje tem nota 6”, analisa o apresentador esportivo Milton Neves, acrescentando que a glória japonesa acontecerá daqui a longos anos: “Vai ganhar uma Copa do Mundo daqui uns 40 ou 50 anos.”

Nos elencos, alguns jogadores orientais têm se destacado nos campos asiáticos e europeus. Pelo lado japonês, as esperanças do técnico italiano Alberto Zaccheroni recaem sobre o zagueiro Yuto Nagatomo (Inter de Milão), o meia Keisuke Honda (Milan) e o habilidoso atacante Shinji Kagawa (Manchester United). Dentre os coreanos, o técnico Hong Myung-Bo conta com o talento de Park Chuyoung, atualmente no futebol inglês.

Se, na Ásia, o futebol permanece na fase de aprimoramento, o que se pode esperar das seleções japonesa e sul-coreana, na Mundial que se encerra no próximo mês, é a força de vontade, a garra e, acima de tudo, a disciplina típica dos orientais, para que a evolução seja contínua. Quem sabe um dia, suas torcidas possam assistir a uma final do Mundial, claro, vitoriosa.