Editorial: O ano que começa

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Em um piscar de olhos, já se passaram seis meses. Tempo que voa, por conta da vida atribulada e dos afazeres infinitos, pois o ser humano, por essência, sempre arruma algo a mais para ocupar o cotidiano. Nessa toada, chegamos também a um período repleto de movimentação por parte das comunidades orientais…

Os grandes eventos da comunidade estão aí, por todos os lados. Tudo é motivo de festa: a florada das cerejeiras, o desabrochar das azaleias, as férias escolares e até a Copa do Mundo – que acabou de forma melancólica para os brasileiros. Sem contar na pífia participação de japoneses e coreanos. Futebol, obrigatoriamente, é um esporte pouco desenvolvido, há muito o que evoluir.

Nesse clima festivo, o “oba-oba” gera uma movimentação nos bastidores da comunidade. Movido pelo espírito de solidariedade e voluntariado, entidades e associações aproveitam a época para arrecadarem. O exemplo mais visível foi o Festival do Japão, ocorrido neste mês, quando milhares de voluntários se dispõem a ajudar nos estandes de suas respectivas províncias. Tudo para angariar fundos e continuar o trabalho de divulgação da cultura local – além de contribuir para a própria existência de tais organizações.

A sensação é de muito trabalho e pouco retorno. Explica-se: com o passar dos anos, é visível a diminuição dos jovens entre os voluntários. Jovens esses que, em teoria, deveriam manter ativas as atividades de suas associações de províncias. Hoje, não há um atrativo que facilite essa aproximação da geração mais nova com as associações. Há apenas um pequeno grupo de abnegados que recorrem à amizade para angariar voluntários nos grandes festivais.

Há uma linha que defende a profissionalização total na gestão das associações. Outros crêem que, com o passar dos anos, os próprios jovens de hoje puxarão para si a responsabilidade de tocarem as entidades. E, por fim, há aqueles que não esperam nada, apenas observam o andamento das coisas. Porem, um fato é certo: se não começarem a modernizar o estilo de pensar e agir, os atuais presidentes e diretores das associações terão grandes dificuldades de “passar o bastão”. É esperar para ver.

Boa leitura

Rodrigo Meikaru