Política: Vitória nas urnas

0
557

Em disputa acirrada, quatro orientais conquistam vagas na Assembleia e Câmara

Fotos: Divulgação

Eleição sempre é uma “caixinha de surpresas”, com fatos novos e o reflexo de como anda a visão do brasileiro em relação à política. Neste ano, não é diferente. Muitos candidatos disputando votos, propostas pouco conhecidas (ou difundidas) e um clima até de indiferença tomaram conta das eleições – pelo menos no primeiro turno. Nas comunidades orientais, o panorama também seguiu tal tendência.

No total, disputaram uma vaga de deputado estadual e federal nada menos do que 68 orientais. Destes, apenas quatro conquistaram uma cadeira: na Assembleia, foram eleitos Hélio Nishimoto (PSDB) e Jooji Hato (PMDB), com 137.249 e 67.125 votos, respectivamente; em Brasília, Keiko Ota (PSB), com 102.963 votos, e Walter Ihoshi (PSD), amealhando 88.070 votos, foram reconduzidos à vaga. Vela lembrar que o quarteto buscava a reeleição. Já nomes representativos e bastante conhecidos, casos de Junji Abe (PSD) e William Woo (PV), não obtiveram o número ideal para se elegerem.

Destes, destaque para Nishimoto, cuja votação aumentou em mais de 58 mil votos, no comparativo com a última eleição. Representante de São José dos Campos, nos últimos quatro anos focou seu trabalho não apenas na região, mas em todo o estado e, em especial, na comunidade nipo-brasileira, junto às associações e entidades. Um trabalho contínuo e bastante planejado, resultando em bom aproveitamento nas urnas.

Já Hato, Ota e Ihoshi celebram suas vagas, mas com uma reflexão a se fazer. No comparativo de quatro anos atrás, o trio perdeu uma parcela considerável dos votos. Baseada na comoção, a campanha da mãe do garoto Ives Ota – brutalmente assassinado há 17 anos – foi intensa na Capital, mas viu seu eleitorado diminuir em 110 mil votos.

Buscando seu segundo mandato, Jooji Hato também teve menos votos nesta eleição, pois, em 2010, registrou 83.855 eleitores, cerca de 15 mil votos a mais do que neste ano. Por fim, Ihoshi, com a bandeira da desoneração dos medicamentos, também encontrou dificuldades durante o período eleitoral: mesmo eleito, teve 16 mil votos a menos do que há quatro anos.

Para as comunidades orientais, ter nomes tanto na esfera federal e estadual significa uma força a mais junto ao Legislativo. Todos os quatro eleitos possuem uma forte ligação com a comunidade nipo-brasileira, cada qual com um perfil. Vale lembrar que, em 2015, celebra-se uma data significativa: os 120 Anos de Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão. Para tanto, Ihoshi, Ota, Nishimoto e Hato serão os representantes que estarão envolvidos em boa parte dos projetos, servindo como elo entre ambos os países, na parte política. Bom para a política e para a  comunidade, elegendo descendentes e fazendo jus à história de contar com representantes na classe política.

Os representantes nipo-brasileiros eleitos para 2015:

Câmara dos Deputados:

Keiko Ota: Ex-empresária e mãe do garoto Ives Ota, sequestrado e morto por bandidos há 17 anos, a deputada luta por um Código Penal que puna com mais rigor os crimes contra a vida. “Faço isso em memória do meu filho Ives Ota e por acreditar em um país onde a paz e o perdão possam prevalecer. Temos – e vou me dedicar a isso – de revisar urgentemente o Código Penal e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)”, diz em seu perfil.

Walter Ihoshi: Administrador público com especialização em comércio internacional pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, Walter Ihoshi começará seu terceiro mandato na Câmara focado na desoneração dos medicamentos. Já atuou como subprefeito do município de São Paulo, sua base política, e é vice-presidente da Federação das Associações Comerciai do Estado de São Paulo.

Assembleia Legislativa

helio nishimotoHélio Nishimoto: Na Assembleia Legislativa, Nishimoto – em seu segundo mandato – destaca-se pelo comprometimento com a população: foi eleito presidente do “Conselho de Ética e Decoro Parlamentar”, além de destinar cerca de R$ 8 milhões, em recursos de emendas parlamentares, a hospitais, entidades sociais e assistenciais, além de prefeituras. Na comunidade nipo-brasileira, apoiou diversas entidades e associações culturais e esportivas.

Jooji Hato: Em seu segundo mandato, Hato lutará contra as drogas, violência e consumo exagerado de álcool. Em seus projetos, aprovou a lei que obriga a instalação de câmeras em locais violentos, para combater e ajudar na solução dos crimes. Outra frente que atuará é na proteção dos animais, além de manter o apoio às entidades e associações ligadas à comunidade nipo-brasileira.

Artigo anteriorCursos de Origami
Próximo artigoCarnaval: Samba japonês
Diretor e editor chefe da Mundo OK desde 2017. Formado em comunicação, fotógrafo por paixão, em 2014 encontrei na Mundo OK o canal ideal para mostrar meu trabalho e admiração pela minha cultura. Hoje, a frente desse empreendimento, me sinto na obrigação de trazer a cada edição o que temos de melhor dentro da nossa comunidade para que o leitor veja que nossas raízes estão cada dia mais fortes!