Comunidade okinawana no Brasil elege novos presidentes para suas entidades, conheça a trajetória e os planos de Eiki Shimabukuro e Tério Uehara
Fotos Divulgação
Para a gestão 2015/2016 a Associação Okinawa Kenjin do Brasil – Centro Cultural Okinawa do Brasil (AOKB) e a Associação Okinawa de Vila Carrão (AOVC) elegeram sua nova diretoria, para a presidência das entidades foram eleitos, respectivamente, Eiki Shimabukuro e Tério Uehara. Duas figuras já conhecidas pelas associações e pela comunidade okinawana no Brasil, já que há muitos anos têm uma participação ativa nas atividades dessas e de outras entidades.
Tério ingressou no grupo de jovens (seinenkai) da AOVC com 13 anos e, segundo ele, graças à receptividade dos membros, e, principalmente, das amizades que este convívio proporcionou, continuou até hoje participando de atividades da comunidade nipo-brasileira. Já Eiki, desde criança participava das atividades da comunidade, mas só depois de se aposentar, em 2001, é que passou a atuar mais efetivamente nas associações.
“É um compromisso muito grande e um prazer poder desenvolver e realizar diversos projetos que auxiliem a entidade e a comunidade”, revela Eiki. “É uma honra e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade para esta nova diretoria dar continuidade ao trabalho dos presidentes Kiyoshi Onaga, Rui Chibana, Mário Shinzaki e de todos os presidentes e diretores que nos antecederam, que nos ensinaram a trabalhar com dedicação, tratar com dignidade e respeito os mais idosos e agir com o verdadeiro espírito de perseverança, união e solidariedade”, concorda Tério.
Eleitos presidentes, começaram a exercer a função em fevereiro, mas, mesmo com pouco tempo de mandato, ambos já têm diversos planos e projetos para colocarem em prática.
Tério ressalta que pretende dar continuidade ao trabalho iniciado nas gestões anteriores. “Temos algumas reformas em andamento e outras que iniciaremos visando proporcionar mais segurança e conforto aos associados e usuários. No âmbito administrativo, já iniciamos um trabalho de adequação e aprimoramento no sistema de controles e procedimentos visando aumentar a eficiência e transparência das informações. E, simultaneamente, começamos um processo de organização na carteira de associados”, enumera. E explica: “Temos como meta aumentar o quadro de associados, não apenas visando a quantidade, mas, principalmente, para que possam contribuir com novas ideias, críticas e sugestões para o desenvolvimento da entidade”.
Além de dar continuidade ao trabalho de preservação e divulgação da cultura okinawana no Brasil, Eiki revela que a principal meta da nova gestão é mudar o foco de atuação da entidade. “Até agora trabalhamos com a divulgação da cultura de okinawanos para okinawanos, a ideia é que seja de okinawanos para toda a sociedade. Os tempos mudaram e é necessário adaptar a nossa entidade para as exigências atuais”, destaca.
Outro ponto importante, segundo o presidente da AOKB, é pensar como a entidade vai estar nos próximos cinco ou 10 anos. “A nossa meta é transformar a entidade em um Pavilhão de Cultura e Tradição Okinawana, para que ela se torne realmente uma referência na divulgação das culturas e tradições uchinanchus”, salienta.
Para a realização desse projeto, Eiki explica que além das aulas e apresentações de taikô, dança e sanshin, que já ocorrem na entidade, a proposta é ampliar esse leque e trazer outras atividades tradicionais como a pintura, música e organizar e catalogar a biblioteca, para tornar o material acessível para consulta e com isso também atrair estudiosos e pesquisadores.
Criar um seinenkai na entidade para unir os jovens espalhados pelas subsedes também faz parte da lista de projetos da nova gestão. “A presença dos jovens na entidade é essencial, porque são eles que vão dar continuidade ao trabalho das associações”, enfatiza Eiki. Outro assunto em pauta é a parceria com a Worldwide Uchinanchu Business Association Okinawa (WUB), entidade que reúne empresários okinawanos de todo o mundo para troca de experiências e oportunidades. “Pretendemos trazer a sede da WUB no Brasil para a AOKB”, revela.
“Outro dos nossos objetivos é atrair mais associados para a entidade, já que esse número só tem caído nos últimos anos. Também precisamos modernizar a administração da entidade e torná-la mais eficiente e rentável, além de melhorar o relacionamento e a integração com as subsedes”, completa o presidente da AOKB.
Projetos
Os projetos são muitos e as ações envolvendo a cultura e as tradições okinawanas não param. Para 2015, diversas atividades vão movimentar o calendário das duas entidades. “Temos uma programação intensa com destaque para o Undokai, a gincana esportiva familiar, que já está na 44ª edição; o Keirokai, festa em homenagem aos idosos; Junkai, a nossa assistência médica móvel em parceria com a Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo – Enkyo; os eventos dos departamentos que acontecem praticamente todos os finais de semana, durante o ano todo; e a participação conjunta num dos 20 eventos anuais realizados pela sede central”, detalha Tério. “Mas, sem dúvida o Okinawa Festival é o maior e mais trabalhoso evento realizado pela AOVC. Estamos preparando surpresas para a edição deste ano. Aguardem!”, avisa o presidente.
De acordo com Eiki, além dos eventos anuais já conhecidos pela comunidade, as novidades para 2015 são os fóruns de cultura, a ampliação dos eventos esportivos, com torneios de sumô de Okinawa, atletismo, vôlei, tênis de mesa, com o objetivo de atrair mais os jovens, e o baile da entidade que vai reunir tanto músicas brasileiras quanto okinawanas e promete ser bem animado.
Eiki Shimabukuro
Presidente da Associação Okinawa Kenjin do Brasil e Centro Cultural Okinawa do Brasil
** Idade: 64 anos
** Formação: Graduado em Engenharia e pós-graduado em Administração
** Atividade profissional: Aposentado
** Atuação na comunidade:
– Vice-presidente da Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil – Kenren
– Conselheiro da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo
– Diretor Administrativo do Instituto Hida do Brasil (Hida–AOTS).
Tério Uehara
Presidente da Associação Okinawa de Vila Carrão
** Idade: 46 anos
** Formação: Graduado em Direito
** Atividade profissional: Comércio de Cosméticos e Perfumaria
** Atuação na comunidade:
– Vice-presidente da Associação Okinawa Kenjin do Brasil;
– Vice-presidente da Sociedade Beneficente Casa da Esperança – Kibô-no-Iê;
– Embaixador da Boa Vontade da província de Okinawa no Brasil (título e cargo outorgado pelo governo de Okinawa);
– Comissão de Música e Dança Folclórica Japonesa da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo.