Pavilhão Japonês será, novamente, restaurado para recepcionar público
Foto Divulgação
Um dos marcos alusivos à presença nipônica em São Paulo, o Pavilhão Japonês, no Parque do Ibirapuera, terá, em breve, uma nova cara. Construído em 1954, o local será restaurado, para dar continuidade ao legado de um dos marcos mais representativos da comunidade nipo-brasileira.
Para tanto, em junho ocorreu uma doação do principal material para as obras – madeira japonesa. O restauro do Pavilhão Japonês é um dos projetos oficiais dos 120 Anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão e está previsto para ser iniciado em novembro de 2015.
Construído conjuntamente pelo governo japonês e pela comunidade nipo-brasileira, o Pavilhão Japonês foi doado à cidade de São Paulo, em 1954, na comemoração do IV Centenário de sua fundação. Desde 1955, a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social tem sido responsável pela administração, manutenção e promoção de eventos no local e, para preservar suas características, as restaurações no Pavilhão têm sido cuidadosamente executadas.
Em 1988, ano em que se comemoraram os 80 anos da imigração japonesa no Brasil, Norio Nakashima fez sua primeira intervenção no Pavilhão Japonês. Proprietário da empresa Nakashima Komuten, fundada pela família no Japão, com longa tradição na construção e restauração de madeira (casas, pontes, palcos, templos, entre outros); o empresário doou os materiais necessários e fez os trabalhos voluntariamente.
Dez anos depois, em 1998, o Pavilhão necessitava, 44 anos após sua construção, de substituir todo o telhado, que já apresentava uma série de problemas. Novamente, Nakashima executou os serviços voluntariamente. Passados 15 anos, em 2013, atendeu a um novo chamado para cuidar do desgaste de alguns pilares e do ataque de cupins no Pavilhão. O trabalho de descupinização foi feito e algumas peças de madeira foram substituídas.
Agora, Nakashima, carinhosamente considerado o Guardião do Pavilhão Japonês, vai atuar em uma nova etapa da restauração do local e já encaminhou ao Brasil mais de 5 toneladas de madeira hinoki e sugi, que foram entregues no Parque Ibirapuera, no dia 17 de junho, para a restauração estrutural do Pavilhão Japonês.
Após 38 dias vindo de navio do Porto de Nagoya, em Aichi-Japão, desembarcaram no Porto de Santos (SP) quase seis toneladas de materiais e ferramental para a restauração do Pavilhão Japonês – e foram necessários três caminhões para seu transporte ao Parque Ibirapuera.
Armazenadas no próprio Pavilhão, as madeiras são de duas espécies de ciprestes nativos do Japão – especiais para cada local onde será necessário fazer intervenções: o sugi será utilizado para a restauração do telhado afetado pela ação de cupins; já o hinoki servirá para as estruturas das bases dos pilares que estão desgastadas pelo clima brasileiro e pelo tempo. Novamente, a Nakashima Komuten do Japão, está doando os materiais e fornecerá a mão de obra especializada para o restauro.
(com texto e informações de Kenia Gomes, do bunkyo.org.br)