Iguaria japonesa famosa na capital de Mato Grosso do Sul vira franquia e deve conquistar o paladar dos brasileiros de todo o País
Fotos Divulgação
O tradicional sobá – iguaria feita à base de macarrão de trigo sarraceno, servido em uma tigela com carne, cebolinha e omelete picada – da Feira Central de Campo Grande, MS, vai deixar de ser apenas o queridinho dos campograndenses para cair no gosto de brasileiros de todo o Brasil. O típico prato oriental ganhou marca, virou franquia e vai dividir espaço com hambúrgueres e batatas fritas nas praças de alimentação de shoppings centers de todo o País.
A ideia nasceu dos empresários da Feira Central, Patrícia Yoza e Marcos Aurélio Taira, que precisavam de ajuda para produzir o macarrão artesanal, base do prato, em maior escala e com o mesmo padrão de qualidade. Os dois procuraram a colaboração da presidente da Feira, Alvira Apple e da coordenadora das Incubadoras da Prefeitura de Campo Grande, Edna Antonelli, para um possível auxílio na produção em parceria com o Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
“Na época o Sebrae estava lançando um projeto pioneiro de empreendedorismo em parceria com a ABF – Associação Brasileira de Francishing, que auxiliaria empresas a se tornarem franqueadoras, fomos uns dos possíveis candidatos, e para nossa surpresa, um dos selecionados”, explica o administrador Taira, sansei que há 24 anos tem uma barraca de sobá na feira da cidade, herdada do sogro.
Para completar o time, foram convidados os também empresários da feira Helio Guenka, de uma das famílias precursoras na comercialização de sobá na cidade, Marcos Shinzato e Carlos Okama. “Após aproximadamente um ano de treinamento com consultores e especialistas fomos reconhecidos pela ABF e Sebrae a viabilizar o projeto”, conta Taira. Nascia então, a franquia Sobá de Campo Grande.
A loja piloto foi lançada em setembro de 2011, dentro do Hiper Center Comper,em Campo Grande, e irá servir de modelo para outras futuras lojas. “Já temos resultados expressivos do público, dando-nos um retorno de 20% do faturamento bruto”, revela o empresário.
Mesmo com os longos anos de experiência de feira, Taira e seus sócios tiveram que enfrentar e superar muitas dificuldades para tocar o projeto. “Umas das principais foi à necessidade de direcionar o talento de cada sócio e fazê-lo desatar em uma franquia”, relata.
Segundo o empresário, o principal atrativo da rede é o sobá, mas é possível encontrar no cardápio outros sabores típicos da região como o pacu e a mandioca amarela, sempre com a preocupação de manter o sabor e a qualidade dos pratos, e torná-los ainda mais atraentes para o consumidor.
A primeira loja franqueada deve ser inaugurada no segundo semestre desse ano, no Shopping Bosque dos Ipês, tambémem Campo Grande.Aprimeira de muitas, espera Taíra, que acredita no sucesso da rede em todo o Brasil: “Tenho certeza de que a nossa franquia fará sucesso também em outras cidades do País, primeiro pelo nosso cardápio que é enxuto e competitivo, segundo pela margem de lucro que ela traz”, finaliza.
Como ser um franqueado
A franquia do Sobá já está disponível para todo o Brasil, e oferece dois formatos de loja. O primeiro voltado para restaurantes de rua e o outro para shoppings. Nos restaurantes, a franquia oferece cardápio completo, e é necessária uma área entre 120 e300 metrosquadradose 10 funcionários por turno. Já as de shopping contarão com um cardápio mais enxuto e sistema chama-senha, com um espaço mínimo de35 metrosquadradose 16 funcionários nos dois turnos.
Segundo Taira, os investimentos da loja vão depender do valor imobiliário de cada cidade, principalmente quanto à locação do imóvel. A loja pilotoem Campo Grande, por exemplo, custou R$ 200 mil.
Os interessados em abrir uma franquia podem entrar em contato pelo site www.sobadecampogrande.com.br ou enviar e-mail para contato@sobadecampogrande.com.br.
O sobá em Campo Grande
Prato da culinária japonesa, típico da região de Okinawa, o sobá instalou-seem Campo Grandejunto com os primeiros imigrantes japoneses, em sua maioria okinawanos, e virou mania na cidade.
“Assim como meus avós, os okinawanos que se instalaram na capital sul-matogrossense trouxeram as tradições e a culinária local para poderem suportar a saudade e a distância do país de origem. Chegaram na cidade para trabalhar como produtores de verduras e venderem seus produtos nas feiras livres e levavam o sobá para consumirem no decorrer do dia de trabalho”, explica Taira.
Ele conta que os brasileiros tinham curiosidade em degustar o produto e, com isso, os japoneses viram que havia a possibilidade de trocarem de ramo, em face da aceitação do produto, e começaram a comercializar o sobá na Feira Central. Nascia assim, um dos pratos mais famosos da região.
“Com o decorrer dos anos e das gerações, fomos aprimorando o cardápio para melhor atender ao consumidor, agregando pratos regionais como costela de pacu e espeto de mandioca”, conta o empresário.
Atualmente, a Feira, que é um dos pontos turísticos da cidade, abriga mais de 20 sobarias, sem falar nas outras dezenas espalhadas pela cidade. Além dos campograndenses que consomem o prato, cotidianamente, turistas de todo o Brasil visitam a cidade para conhecer a receita.
Tamanha fama rendeu ao sobá de Campo Grande o título de primeiro bem imaterial do Patrimônio Histórico e Cultural da cidade. Com direito a monumento na Feira Central e Festival anual, que reúne mais de 200 mil pessoas, em quatro dias de festa.