Quase 300 atletas defendem o Brasil nas Paralimpíadas do Rio 2016, entre eles um descendente de japoneses veste a camisa da seleção de rugby
Fotos Daniel Zappe/MPIX/CPB
Em setembro, entre os dias 07 e 18, o Brasil recebe a maior competição do planeta para atletas com deficiência. Os Jogos Paralímpicos do Rio 2016 vão reunir mais de quatro mil atletas, de 176 países, que competirão em diversas modalidades pelo lugar mais alto do pódio.
O Brasil chega à primeira edição dos Jogos na América Latina com a maior delegação do país na história. Ao todo são 278 atletas (181 homens e 97 mulheres), 22 acompanhantes (atletasguia, calheiros e goleiros), e 195 profissionais técnicos, administrativos e de saúde. Todos empenhados em fazer a melhor campanha brasileira da história. A expectativa do Comitê Paralímpico Brasileiro para o Rio 2016 é alcançar o 5º lugar na classificação geral, superando o 7º lugar em Londres 2012, em que o país conquistou 43 medalhas, sendo 21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze.
Entre as dezenas de atletas que defenderão o Brasil nas Paralimpíadas um é descendente de japoneses e participa pela primeira vez dos Jogos Paralímpicos. Aos 30 anos, Alexandre Keiji Taniguchi, defenderá a bandeira verde e amarela no rugby em cadeira de rodas. Modalidade que surgiu na década de 1970, em Winnipeg, no Canadá e teve sua estreia oficial nos Jogos Paralímpicos em 2000, em Sydney, na Austrália.
Engenheiro de Controle e Automação, Taniguchi sofreu um acidente, em 2006, ao mergulhar em uma piscina e ficou tetraplégico. Em 2008 conheceu o rugby na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) onde estudava. “Fui convidado a conhecer a modalidade, já que estava se iniciando um projeto de rugby em cadeiras de rodas. Comecei junto com o surgimento do time”, conta o atleta. Quando não está vestindo a camisa da seleção brasileira, Taniguchi atua pelo clube Adeacamp, que treina na Unicamp, e foi considerado o melhor jogador da modalidade em 2011, 2012 e 2014.
No rugby os atletas são divididos em classes: “Vai de 0.5 (mais comprometido) a 3.5 (menos comprometido). Os classes mais altas são atacantes e os mais baixas, defensores”, explica o atleta. Taniguchi é ponto médio, 2,5, e atua no ataque, além de ser o capitão da seleção brasileira.
No Rio, o time de rugby brasileiro faz sua estreia em Jogos Paralímpicos. As equipes mais fortes no esporte são o Canadá e os Estados Unidos, os primeiros a praticarem e difundirem a modalidade. “Nossa expectativa no Rio é fazer bons jogos e continuar o crescimento do time, ficando cada vez mais próximos das potências mundiais”, ressalta Taniguchi.
Para atingir esse objetivo, os atletas já estão fazendo a parte deles. “A preparação para a competição está sendo intensa, com treinos praticamente diários e estudo dos times adversários”, revela Taniguchi.
E o apoio da torcida, segundo ele, será fundamental: “Ter a torcida ao nosso lado com certeza é um incentivo a mais. Será o diferencial nos jogos”, afirma. “Contamos com a torcida de todos e podem comparecer que não vão se arrepender. O jogo é muito dinâmico e intenso, e não faltarão garra e luta da nossa seleção”, finaliza o atleta.