Se depender do vice-presidente da República, Michel Temer, o Brasil pode vislumbrar um futuro promissor. Pelo menos na relação com os chineses. No começo de novembro, o parlamentar liderou uma delegação brasileira em eventos de alto nível entre os dois países. Empresários de diversos setores e ministros de Estado também foram à Ásia para discutir com autoridades chinesas avanços nas relações bilaterais e oportunidades nas áreas de comércio, infraestrutura, ciência e tecnologia e educação.
É a primeira vez que uma grande delegação brasileira visita o país depois da posse dos novos quadros do governo chinês, entre eles o presidente Xi Jinping, que assumiu o cargo em março. Segundo Temer, as relações entre o Brasil e a China terão aumento significativo nos próximos anos. “Estamos indo no momento do Plano Decenal [de Cooperação entre Brasil e China], e o evento está se dando precisamente quando se instala um novo governo na China. A intensificação dessas relações diplomáticas, mais do que dizer que é inevitável, eu diria que é desejável”, disse Temer, em entrevista.
Inaugurado em 2003, o fórum pretende fortalecer as relações econômicas e a cooperação entre o gigante asiático e os países de língua portuguesa, além de transformar Macau em plataforma das mesmas, segundo publica hoje a agência oficial “Xinhua”. O fórum, que conta com a participação de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Moçambique e Portugal, é realizado a cada três anos.Chefe da delegação do país na Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), o vice-presidente discutiu, em Cantão, os principais temas econômicos, comerciais e financeiros dos dois países com o vice-primeiro-ministro chinês, Wang Yang, chefe da delegação chinesa. Ao final, Temer afirmou que a jornada inaugural “foi muito boa” e transmitiu a “satisfação do Brasil por participar” do chamado Fórum de Macau, assim como sua expectativa de que “a reunião tenha resultados positivos”, segundo afirmou em comunicado.
Temer disse que os interesses brasileiros vão de programas educacionais, como o Ciência sem Fronteiras, até espaciais, como a construção de satélites avançados de sensoriamento remoto. Interessam também a abertura do mercado chinês à carne brasileira e o aumento das trocas comerciais, que, no ano passado, chegaram a US$ 75 bilhões, mais de 20 vezes acima do que foi registrado no início da década.
(com informações da Agência Brasil)