Tradição: Processo Migratório (Parte II)

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Em 1940, o Brasil foi o país com o maior número de imigrantes okinawanos, chegando a 16.287 pessoas, 28.4% da população total de imigrantes provindos de Okinawa (57.283 pessoas). O Hawaí vem em segundo lugar, com 13.146 imigrantes (23.0% do total), em terceiro o Peru com 10.717 imigrantes (18.7%) e em quarto as Filipinas com 9.899 imigrantes (17,3%). Os quatro países citados foram os principais pontos da Emigração de Okinawa, somando a maior parte dos emigrantes com 87.4% do total…

Uma pequena minoria destinou-se também para países como a Malásia (incluindo Singapura), China, EUA e outros países, no total de 23 países. Antes da Segunda Guerra Mundial, existiam também, 60.000 okinawanos vivendo nas Ilhas Mariana, Palau, Micronésia e nas Ilhas Marshal, 20.000 okinawanos residindo em Taiwan e 2.000 na Manchúria. Um pequeno grupo emigrou também para a Coreia, Sakhalin e Guandong.

Em Okinawa, artigos de jornal a respeito de emigrantes okinawanos residindo no exterior, são uma característica única da província dentro do Japão, fator que demonstra os fortes laços entre emigrantes, issei, nissei, e sansei. Assim se explica a importância que a emigração tem para a mídia em Okinawa. Nos últimos anos, com a evolução dos meios de comunicação e a globalização mundial, se tornou mais viável obter informações e conhecimento a respeito da emigração e da cultura dos emigrantes, aumentando assim, a oportunidade de intercâmbio e o contato entre okinawanos no mundo inteiro. A emigração foi o fator – chave no processo de evolução do intercâmbio e da colaboração internacional, tendo atualmente, um importante papel dentro da sociedade. Não seria exagero dizer que os emigrantes são os Embaixadores do Mundo.

Antes da Segunda Guerra Mundial, os emigrantes provindos de Okinawa, ainda uma província subdesenvolvida, tiveram muita dificuldade em superar as diferenças de cultura e costumes no exterior. Tiveram que superá-las, no entanto, com esforço e dedicação ao trabalho para poderem sustentar suas famílias e verem seus filhos crescerem com saúde.

No período de 1930, as remessas de dinheiro enviadas pelos imigrantes para Okinawa, chegaram a 67% do orçamento anual e pós-guerra os imigrantes enviaram diversos produtos, marcando profundamente a relação de gratidão pelos residentes no Japão. Principalmente a ajuda realizada pelos nisseis do Hawai. Que se reintegraram ao exercito americano, para prestar ajuda a população de Okinawa. Estes atos deram o inicio na atualidade, do intercambio de jovens para Okinawa.

Atualmente, existem muitos isseis que são aceitos e reconhecidos na sociedade onde se estabeleceram, por sua dedicação ao trabalho e colaboração como um cidadão de sua nova terra natal.

 A comunidade nikkei no mundo, chega em torno de uma população de 2.7 milhões de pessoas. A maior parte vive na América do Sul. O Brasil tem a maior população nikkei, com 1.5 milhões, em segundo vem o Peru, com 90.000, em terceiro a Argentina, com 50.000, em quarto a Bolívia, com 20.000 e em quinto o Paraguai, com 10.000, somando ao todo 1.67 milhões nikkeis. Considerando que a população total de nikkeis no mundo (2.7 milhões), a América do Sul possui 63% do total. A comunidade de imigrantes okinawanos no Brasil chega a 150 mil habitantes (10% da população nacional de nikkeis), no Peru 63 mil (70%), na Argentina 35 mil (70%), na Bolívia 12 mil (60%) e no Paraguai 100 (1%).

SHINJI YONAMINE é palestrante da cultura e tradições de Okinawa. E-mail: shinjiyonamine9@gmail.com.