Comunidade: Celebração okinawana

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Autoridades do município de Nanjo, em Okinawa, participam de celebração de 10 anos da cidade

Foto Divulgação

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Uma cerimônia bastante simbólica marcou a comemoração dos 10 anos da cidade de Nanjo, em Okinawa. Mas não foi somente lá, do outro lado do mundo, que a festa aconteceu. Por aqui também houve uma solenidade em grande estilo, no dia 31 de janeiro, reunindo mais de 300 pessoas na Centro Cultural Okinawa do Brasil, em Diadema.

Na ocasião, autoridades, lideranças e personalidades prestigiaram o encontro, além das famílias associadas à Associação Nanjo Shimin do Brasil. Dentre os ilustres convidados estavam o próprio prefeito do município, Keishun Koja, bem como o presidente da Câmara dos Vereadores, Satoru Oshiro. Pelo lado brasileiro, o vereador Ushitaro Kamia esteve presente, representando a classe parlamentar, além do presidente da Associação Okinawa Kenjin do Brasil, Eiki Shimabukuro, acompanhado de diretores da entidade e do conselheiro da entidade, Shinji Yonamine.

Surpreso com a calorosa recepção que teve em terras brasileiras, Koja enfatizou os esforços da Associação Nanjo Shimin para estreitar, a cada geração, os laços fraternos entre descendentes. Sem esconder a emoção, confirmou que “é uma grande satisfação participar da solenidade e ver que mais de 200 famílias estão engajadas na questão de manter as tradições okinawanas. Não há como esquecer este trabalho, por isso viemos até o Brasil trazer os cumprimentos”.

“Uma das preocupações era o distanciamento de Okinawa das novas gerações. Diante disso, o nosso município trabalha para fortalecer esses laços”, destacou Koja, enfatizando os programas de estágio oferecidos a descendentes que moram no exterior. “Nesse sentido, já recebemos do Brasil jovens das segunda e terceira gerações”, completou.

Já o vereador Ushitaro Kamia – que homenageou o prefeito, o presidente da Câmara e o presidente da Associação Nanjo Shimin através da Câmara Municipal de São Paulo – concordou com a necessidade de trabalhar as gerações mais novas, para levar adiante o legado dos antepassados okinawanos. Segundo ele, “é essencial continuar com as ações de estímulo para jovens, pois só assim haverá crescimento como comunidade e fortalecimento das questões culturais”. “Neste evento vemos famílias inteiras à mesa, com avôs, pais, mães, filhos e netos. Essa integração é válida para motivarmos os mais novos a continuarem os trabalhos culturais iniciados há décadas. Para mim, pessoalmente, é um grande orgulho ver a casa cheia, além de contarmos com as autoridades de Nanjo. Só temos de parabenizar tal iniciativa”, ressaltou.

 Se depender da vontade, a entidade tem longos anos pela frente. Há 10 anos os associados promovem eventos como bingo, confraternizações, programas familiares de passeio e demais atividades. Tudo com uma grande energia – e a vontade de prosperar por muito mais décadas. De acordo com o presidente da Associação, Tetsuo Shinzato, motivação não falta para um futuro promissor. “Dez anos de existência não é muito para uma entidade. Porém, a sua base na qual foi fundada tem como princípios unidade, cultura e ideal fraternal. Mantemos este espírito nas reuniões”, explicou. Assim como Shinzato, o presidente da Associação Okinawa Kenjin do Brasil, Eiki Shimabukuro, também vai na mesma linha. Para ele, o “nanjonchu” (descendente de Nanjo) de hoje tem orgulho das tradições. “Preservam valores. Isso move uma comunidade. Que venham mais décadas de sucesso”, disse.

Terra onde o coração bate mais forte

Tanta confiança no futuro deve-se, especialmente, pela união dos descendentes de Nanjo. Há 10 anos Okinawa viu quatro localidades – Sashiki, Tamagusuku, Chinen e Ozato – se unirem para formarem um único município, batizado de Nanjo.

A simbologia também é interessante. O significado é “Castelo do Sul” e, no mapa, o território todo tem formato de coração. Repleto de atrativos naturais e culturais, é um dos locais mais visitados da ilha. Com uma área de 49,7 quilômetros quadrados e população aproximada de 41 mil habitantes, a cidade é comparada a Diadema. Aliás, escolhida para abrigar a festança uchinanchu do dia 31 de janeiro e que possui uma forte relação com Okinawa.