COMUNIDADE:RETORNO AS ORIGENS

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Imóvel confiscado pelo Governo pode retornar para comunidade japonesa de Santos

Texto: Redação / Imagem: Divulgação

foto-sede Após décadas de impasse, a Câmara dos Deputados aprovou, em novembro, um projeto de lei que autoriza a devolução definitiva de um imóvel pertencente à Associação Japonesa de Santos. O local foi confiscado após a Segunda Guerra Mundial e era utilizada pela entidade para a educação.

 Após a aprovação, tanto pela Câmara quanto pelo Senado, o projeto segue para sanção do presidente Michel Temer. A proposta tramitou no Congressos desde 1994, quando o então deputado federal Koyu Iha entrou com o pedido. Na atual legislatura, quem deu prosseguimento ao pedido foi o deputado federal e ex-prefeito de Santos, João Paulo Papa.

 Historicamente, a Associação Japonesa de Santos foi sucessora da antiga Sociedade Japonesa de Santos, de 1929, que mantinha uma escola para ajudar no ensino dos descendentes de imigrantes. A escola e a antiga entidade funcionavam em um casarão adquirido com o apoio do governo japonês, no bairro Vila Mathias.

 O Brasil ingressou na Segunda Guerra Mundial junto ao grupo de países Aliados, que eram adversários do bloco do Eixo, o qual o Japão fez parte. Um decreto federal obrigou os japoneses e outros imigrantes a deixar a cidade em um período de 24 horas. As atividades culturais e educacionais da entidade foram suspensas. Após o fim da guerra, outro decreto federal dissolveu as sociedades civis de imigrantes dos países do Eixo e transferiu o patrimônio destas entidades ao Governo Federal. Com isso, a Sociedade Japonesa de Santos foi dissolvida, e o casarão onde funcionava a escola na Rua Paraná foi incorporado ao patrimônio do governo brasileiro.

 Em 2006, a Secretaria de Patrimônio da União permitiu o uso do imóvel para as atividades da Associação Japonesa de Santos e, em 2008, o casarão foi reinaugurado com a presença do príncipe Naruhito, durante as comemorações do Centenário da Imigração Japonesa. Hoje, o espaço recebe eventos, cursos e atividades culturais, além de manter o ensino da língua japonesa em uma escola com mais de 100 alunos.