Especialistas contam quais as chances, os destaques e o atual panorama do futebol oriental
Texto: Cláudia Nakazato /Fotos Divulgação
Eles são as maiores potências econômicas do mundo. Referências em tecnologia e desenvolvimento humano, Japão e Coreia do Sul destacam-se, ainda, no beisebol. Mas, quando se trata de futebol, ambos mostram-se tímidos e, para a Copa, as expectativas não são lá das melhores. Contudo, seguindo o velho ditado de que “futebol é uma caixinha de surpresas”, podem conquistar boas vitórias.
Apesar do baixo rendimento nesta modalidade esportiva, as seleções orientais conquistaram seus espaços no futebol e representam com louvor a Ásia no Mundial. Em terras brasileiras, prometem jogos diferentes daqueles que se viam anos atrás. Pelo menos é o que os especialistas apontam.
“Há uma evolução geral no futebol. Atualmente, as seleções que, nos anos 80, começaram a realizar um trabalho incipiente, evoluíram. Os jogadores da África e da Ásia entraram no mercado europeu, ganharam experiência tática e passaram a jogar contra os melhores do mundo. A importação de técnicos e jogadores provocou uma evolução lenta”, explica o comentarista esportivo da Band, Claudio Zaidan. Já seu colega de profissão, o repórter da Rádio Bandeirantes Frank Fortes, concorda com o processo evolutivo. “O Japão incorporou a tática e a competitividade ao futebol para conseguir ganhar seu espaço mundialmente. Não dá mais para imaginar a Seleção Japonesa fora do Mundial”, frisa ele.
Ao todo, coreanos e japoneses somam 14 participações em mundiais, com desempenho pouco significativo. O ápice da Coreia foi
2002, quando sediou a competição junto com o Japão, avançando às semifinais – obteve um quarto lugar honroso. Já a seleção japonesa, conhecida como “Samurais Azuis” , chegou às oitavas-de-final, em 2002 e 2010, sem maiores avanços.
“O futebol do Japão era muito ruim, pior do que o da Venezuela. Depois que Zico foi para lá, a coisa realmente melhorou. Era uma seleção nota 1, que hoje tem nota 6”, analisa o apresentador esportivo Milton Neves, acrescentando que a glória japonesa acontecerá daqui a longos anos: “Vai ganhar uma Copa do Mundo daqui uns 40 ou 50 anos.”
Nos elencos, alguns jogadores orientais têm se destacado nos campos asiáticos e europeus. Pelo lado japonês, as esperanças do técnico italiano Alberto Zaccheroni recaem sobre o zagueiro Yuto Nagatomo (Inter de Milão), o meia Keisuke Honda (Milan) e o habilidoso atacante Shinji Kagawa (Manchester United). Dentre os coreanos, o técnico Hong Myung-Bo conta com o talento de Park Chuyoung, atualmente no futebol inglês.
Se, na Ásia, o futebol permanece na fase de aprimoramento, o que se pode esperar das seleções japonesa e sul-coreana, na Mundial que se encerra no próximo mês, é a força de vontade, a garra e, acima de tudo, a disciplina típica dos orientais, para que a evolução seja contínua. Quem sabe um dia, suas torcidas possam assistir a uma final do Mundial, claro, vitoriosa.