Dança contemporânea une Brasil e Coreia

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Texto: Cibele Hasegawa

 

Quem diria que Brasil e Coreia poderiam se exprimir da mesma forma? Pode soar inusitado, mas foi exatamente o que aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo, no dia 31 de julho. Promovido pelo Centro Cultural Coreano no Brasil, o Balé da Cidade de São Paulo e a companhia de dança sul coreana Modern Table se uniram para apresentar uma linguagem única em um grande espetáculo.

 

A apresentação de dança contemporânea exibiu um diálogo entre dois países distintos, porém integrados através de belos movimentos corporais. Para Youngsang Kwon, diretor do Centro Cultural Coreano no Brasil, foi um show bastante significativo. “Pela primeira vez, bailarinos coreanos e brasileiros compartilharam o mesmo palco para apresentar a mesma coreografia”, afirmou.

 

Os dançarinos apresentaram o Nak:Ta, um espetáculo criado por Jaeduk Kim, diretor artístico da Modern Table. Inspirado no fluxo das folhas secas caindo no chão e o encontro com o solo, a produção associa velocidade com sensações e sentimentos.

A expressão dessa performance acontece por meio da intensidade da dança e as interações com o ar. O criador explica que são retratadas três possibilidades de velocidade: o medo é ilustrado pela agilidade, o tédio pela normalidade, enquanto a lentidão demonstra o alívio.

Repleta de elementos culturais coreanos, a performance fica completa com a singularidade da trilha sonora comandada por três instrumentistas coreanos ao som do ajaeng, instrumento tradicional coreano de cordas de seda, e do jing, similar a um gongo tocado com um maço suspenso numa armação.

 

Nos bastidores – “O Centro Cultural Coreano no Brasil valoriza projetos de intercâmbio cultural e artístico entre a Coreia e o Brasil. Desde 2017, estamos estreitando contato com a Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo para realizar um espetáculo no Theatro Municipal. Em uma reunião com o diretor do Balé da Cidade, Ismael Ivo, surgiu a ideia de realizar uma colaboração de dança contemporânea entre as companhias de dança coreana e brasileira”, contou Youngsang Kwon.

 

E para transformar esse projeto em realidade, Jaeduk Kim, coreógrafo aclamado pelo público e pela crítica por suas ideias não convencionais, foi convidado a vir ao país para realizar uma masterclass e criar uma coreografia baseada em sua metodologia. Durante duas semanas, os dançarinos brasileiros tiveram a oportunidade de se envolver com suas técnicas e influências culturais coreanas aplicadas em seus movimentos.