ECONOMIA: Parceria Brasil-Japão

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Em busca de investimentos, Brasil propõe aliança estratégica com o Japão nas áreas de infraestrutura, tecnologia e turismo

 Fotos Divulgação

Com a economia em expansão e boa imagem perante a comunidade internacional, o Brasil quer formalizar grandes alianças estratégicas. Especialmente com o Japão, país que detém tecnologia de ponta e possui boa relação com o País. Para tanto, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, reuniu-se, no fim de maio, em Tóquio, no Japão, com autoridades governamentais e empresariais em busca de investimentos para projetos brasileiros nas áreas de infraestrutura e de tecnologia. Ele citou oportunidades de negócios principalmente em portos, aeroportos, rodovias e na indústria naval, de acordo com a assessoria do ministério.

Segundo Pimentel, houve convites às empresas japonesas para participarem do projeto de trem-bala que o governo pretende implantar na ligação Rio de Janeiro-São Paulo-Campinas, e pediu a participação japonesa no “esforço” de desenvolvimento da indústria naval brasileira.

Para o ministro, nos próximos seis a oito anos, o Brasil necessitará de aproximadamente 500 embarcações, entre navios de apoio e sondas de perfuração flutuante para exploração de petróleo na camada de pré-sal, e “o Japão dispõe de tecnologia que poderia nos ser muito útil”. Pimentel disse que o ministro japonês dos Transportes, Takashi Maeda, manifestou interesse de seu país participar dos projetos.

Em palestra no Keidanren – congênere da Confederação Nacional da Indústria, que reúne os pesos-pesados do empresariado japonês – Pimentel destacou as muitas oportunidades de negócios no Brasil e falou do objetivo governamental de atrair mais indústrias, além de “abrir caminho” para que as empresas estrangeiras já instaladas no país ampliem seus investimentos. De acordo com o ministro, o presidente da Keidanren, Hiromasa Yonekura, afirmou que o interesse japonês pelo Brasil é crescente.

Etanol

Outro assunto de interesse discutido foi a questão do etanol. Pimentel confirmou que o Brasil tem condições de atender a demanda japonesa, de 500 milhões de litros por ano. “Temos capacidade de produção de sobra e podemos firmar um acordo de longo prazo”, afirmou, em audiências com Osamu Fujimura, ministro-chefe do Gabinete do Primeiro-Ministro do Japão, e Yukio Edano, ministro da Economia, Comércio e Indústria, nesta terça-feira.

Na audiência com Edano, Pimentel ainda propôs a associação de mais empresas japonesas às fabricantes de etanol brasileiras para que possam participar de todo o processo, “da produção à venda”. “Se o Brasil conseguir fornecer de forma estável e barata, a participação do país no fornecimento vai aumentar”, respondeu o ministro Edano.

No encontro de meia-hora com Fujimura, que ocupa cargo equivalente ao de ministro-chefe da Casa Civil no Brasil, Pimentel disse que o governo brasileiro adotará medidas para reduzir o custo da energia no Brasil ainda este ano. “Estão sendo feitos estudos que vão permitir essa redução”, adiantou. Os ministros japoneses mostraram preocupação com o custo da energia no Brasil por causa do impacto do insumo no resultado da Albras, produtora de alumínio que tem o governo do Japão como um dos sócios.

Pimentel ressaltou que a oferta de energia no Brasil aumentará dentro dos próximos quatro anos, com o início da exploração das reservas de gás da camada do pré-sal e a entrada em operação das usinas hidrelétricas que estão sendo construídas na região Norte do Brasil.

Por fim, outro assunto discutido durante o encontro no Japão foi o apoio do governo japonês ao programa Ciência sem Fronteiras, lançado pela presidenta Dilma Rousseff e que prevê a concessão de 100 mil bolsas para estudantes e pesquisadores brasileiros estudarem no exterior nos próximos quatro anos. Tanto Fujimura quanto Edano concordaram que o intercâmbio trará benefícios aos dois países.

“Como os imigrantes japoneses tornaram-se importantes para o desenvolvimento do Brasil no século passado, espero que a vinda de estudantes brasileiros para cá represente uma nova fase desse intercâmbio”, disse Edano. As universidades japonesas devem receber 3 mil estudantes brasileiros.