EDITORIAL: Disparidades

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Tenho percorrido muitos eventos, associações e entidades durante os últimos meses. Por conta de compromissos com a Revista Mundo OK e outros projetos, nosso trabalho é estreitar relacionamento com lideranças, representantes, enfim, ouvir as comunidades e colher informações de interesse para divulgação…

Nessas visitas – tanto em São Paulo quanto em outros municípios – fica evidente as dificuldades de se manter uma entidade, cuja principal finalidade é manter o espírito harmonioso e reunir famílias que fazem parte de um mesmo círculo social. Através de um modelo arcaico e adotado desde a época dos primeiros imigrantes, esse processo de se manter ativa uma associação torna-se cada vez mais complicado. E desinteressante.

A consequência disso é o enfraquecimento coletivo. Se antes era primordial participar de atividades sociais dentro de uma entidade, hoje já não há motivação. Não falo de todas, claro, mas grande parte não mais enxerga oportunidades para evoluir, de inovar e, muito menos, de planejar ações ousadas. Afinal, toda iniciativa que ouse traz riscos. E, se não há tanto interesse mais, para quê “esquentar a cabeça”.

Exemplo claro é participar de reuniões nas quais as pessoas não se manifestam com idéias com receio de “sobrar para eu fazer”. Ora, se não há idéias, não há projetos. E, sem projetos, não muda-se o cenário das entidades. O futuro disso é tenebroso, resultando em esvaziamento dos locais.

Há, sim, maneiras de ajudar sua entidade. Seja sugerindo melhorias, planejando uma grande ação beneficente ou estruturar o local através de departamentos. Na parte burocrática, muitos nem imaginam, mas é possível isentar as associações de alguns tributos, como o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), caso seja comprovado que é sem fins lucrativos. Se montar um evento, nada impede de, pelo menos, pedir parte da estrutura ao poder público, que sempre apóia projetos da comunidade. Enfim, há uma série de questões que podemos realizar. Mas, no fim das contas, tudo isso é trabalhoso. E, nesse aspecto, quanto menos dor de cabeça, melhor.

Boa leitura!

Rodrigo Meikaru

Diretor