Editorial: Importância dos valores

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Em tempos de modernidade, tudo é muito rápido: o que vemos hoje, muitas vezes, já não importa amanhã. E assim, sucessivamente. Valores e tradições do passado já não são mais levados em consideração, por serem antiquados, estarem fora dos tempos modernos, entre outras coisas. Contudo, dentre os japoneses, muitos costumes ancestrais se mantêm até hoje, por mais modernos e atarefados que nossas vidas são…

É o caso, por exemplo, de nossa matéria de capa desta edição. As gincanas poliesportivas – denominadas undokai – acontecem todos os anos, envolvendo centenas de famílias que buscam harmonização e confraternização. Nos primórdios da imigração, tais atividades serviam para que o elo entre os japoneses não fosse quebrado, mantendo, assim, o espírito de coletividade. Hoje, passados mais de 100 anos após a chegada dos primeiros imigrantes, é de se louvar a presença de tantas famílias nas gincanas, nas quais, o que importa mesmo não é vencer, mas, participar.

Na matéria especial, a reportagem buscou mais a fundo o sentido de se manter viva tal tradição japonesa e o quê, de fato, levam as crianças, jovens e adultos a participarem das competições. Vale lembrar, também, a grande participação dos não-descendentes de japoneses. Através dos princípios e valores orientais, entram no ritmo dos nikkeis e dão um tom ainda mais interessante na questão da mistura de culturas.

Além do undokai, a edição deste mês traz um especial sobre outra tradição que movimenta milhares de pessoas (dentro e fora da comunidade), o karaokê. Após a realização do Paulistão-2014, maior concurso amador de São Paulo, a reportagem resgatou um pouco da história dessa arte. Quem são os cantores, os dirigentes e o porquê do karaokê arregimentar tantas pessoas, de vários cantos do estado e até do País. A resposta parece não ser simples, mas, uma coisa é fato: nunca as tradições japonesas estiveram tão em voga na nossa sociedade. Motivo para comemorar – e muito.

Boa leitura.

Rodrigo Meikaru