Projeto educacional ajuda crianças e adolescentes retornados do Japão a se adaptarem ao ensino e a vida em terras brasileiras
Fotos Divulgação
Com o objetivo de oferecer um trabalho de intervenção psicológica, social, psicopedagógica, de acompanhamento e de reforço escolar às crianças do ensino fundamental da rede pública de educação, que retornaram do Japão, surge em 2008 o projeto de “Inclusão de filhos de decasséguis às escolas públicas do Estado de São Paulo”, chamado de “Projeto Kaeru”, que desde o seu lançamento já atendeu mais de 300 crianças.
Segundo a coordenadora do projeto, Kyoko Nakagawa, as crianças que retornam do Japão apresentam diversas dificuldades de readaptação, entre elas na aprendizagem, já que a maioria tem pouco ou nenhum conhecimento da língua portuguesa; nas relações interpessoais; e de adaptação à sociedade brasileira, já que a cultura e os costumes são muito diferentes. “Tornando-as bastante vulneráveis à exclusão social e educacional”, ressalta.
O projeto tem o patrocínio da Fundação Mitsui Bussan do Brasil e tem como público alvo, crianças e adolescentes, entre 7 e 14 anos, regularmente matriculados em escolas públicas de ensino fundamental. “Mas também atendemos alguns jovens do Ensino Médio, percebemos que eles têm mais dificuldade para se socializarem”, esclarece a coordenadora.
Atualmente o projeto atende cerca de 70 crianças espalhadas por diversas escolas da capital paulista, em que o projeto busca, após uma sondagem cuidadosa, responder à demanda que se apresentar, mobilizando profissionais multidisciplinares, em um atendimento de no mínimo um ano letivo. “Também damos orientação e tiramos dúvidas por telefone, e-mail, mensagens, pessoalmente, nesse tipo de atendimento o número é bem maior”, conta Kyoko.
As crianças, pais e professores são atendidos em grupos e/ou individualmente, conforme a necessidade de cada um. Durante esses atendimentos são ministradas aulas de reforço com professores da rede pública de ensino, realizados atendimentos psicopedagógicos por profissionais especializados, estimulação e orientação de pais e educadores. “Também fazemos encaminhamento para outras áreas de apoio, além de acionar profissionais específicos como professor de língua e arte-educador”, revela a coordenadora.
Outra área de atuação do projeto, explica Kyoko, é o trabalho realizado com as crianças brasileiras que vivem no Japão. “Uma vez por ano, em parceria com a matriz da Fundação Mitsui, que fica em Tóquio, visitamos várias escolas, em diversas cidades japonesas, e fazemos um trabalho de orientação e atendimento, tanto com as crianças, quanto com as famílias, os professores e os coordenadores pedagógicos japoneses”, detalha. “Costumamos atender cerca de 600 pessoas nos 30 dias que ficamos no Japão”, finaliza.
Os interessados podem obter mais informações sobre o projeto pelo site www.projetokaeru.org.br ou pelo e-mail projetokaeru@isec.org.br.
