Em prol da Natureza

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Nissei aposentado dedica-se, diariamente, à alimentação dos pássaros do Parque da Aclimação, em São Paulo

Fotos Mundo OK

Quando criança, ainda morador da cidade de Pompéia, no interior paulista, o principal passa tempo do então garoto de 10 anos, Tomomi Uemura, era jogar bola e caçar passarinhos, mirando-os com o estilingue. Hoje, aos 65 anos, o aposentado Uemura se tornou um tipo de protetor dos pássaros, em especial os do Parque da Aclimação,em São Paulo.“Não imaginei que esses bichinhos me fariam tanta companhia na vida”, diz.

Residente do bairro da Aclimação, Mano ou  japonês, como é conhecido pelos feirantes e funcionários do Parque, cumpre há oito anos  uma rotina que não se interrompe nem mesmo sob chuva. “Eu venho ao parque todas as manhãs alimentar os pássaros com frutas, inclusive aos domingos e feriados. Para isso, faço feira de terça a domingo e até já virei amigo dos feirantes que contribuem com os restos de frutas”, conta animado debaixo de uma garota típica desta época.

Orgulhoso, ele mostra os três tabuleiros que ele mesmo construiu em um cantinho reservado do Parque, onde monta, diariamente, um verdadeiro banquete para as dezenas de pássaros que se esbaldam com bananas e mamões. “Por dia, imagino que eu traga cerca de50 kgde frutas para as aves. Você sabe que eles (os pássaros)  não gostam da semente do mamão? Por isso, chego cedo ao Parque, para limpar as sementes e fatiar as frutas”, detalha.

Entre os pássaros “frequentadores”  do Parque estão os sabiás laranjeira (marrom e com a coloração do peito levemente alaranjada), sanhaços (azulado) e periquitos verdes.  E engana-se quem pensa que eles chegam tímidos. É só Mano colocar as frutas nos tabuleiros, que dezenas deles aparecem de imediato. “Raramente aparecem alguns pica-paus por aqui. Ô bicho bonito. Isso aqui é uma terapia para mim”, continua ele.

Depois de alimentar os pássaros, Uemura ainda tem fôlego para fazer uma caminhada no Parque.  Uma pausa para o almoço, por volta das 11h e, logo em seguida, ele vai à feira garantir mais frutas para o dia seguinte.

O transporte das frutas da feira ao Parque é um pouco penoso para este senhor de 65 anos. Ele tem de carregar o peso em um carrinho de apenas duas rodas, às vezes, por cerca de uma hora. Por isso, aproveita esta reportagem para fazer um apelo a empresários locais que possam ajudá-lo, pedindo pela doação de um  carrinho de quatro rodas que suporte cerca de 300 quilos. “O carrinho deve ser feito de material leve, com 1,10 de comprimento por 0,65m de largura e pneus pequenos de borracha”, detalha.

Um pouco desconfiado e avesso aos novos meios de comunicação, como os oferecidos pela internet, Uemura prefere não deixar nenhum  contato. Por isso, caso algum empresário tenha interesse em ajudá-lo, o único meio de encontrá-lo é através da administração do Parque da Aclimação, cujo telefone é (0xx11) 3208-4042.