Gastronomia terapêutica

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Projeto utiliza a culinária como ferramenta de Terapia Ocupacional para auxiliar deficientes intelectuais

 Fotos Divulgação

Gastronomia e Terapia Ocupacional, para alguns duas áreas completamente distintas, para oito jovens – entre eles cinco chefs de cozinha, uma administradora, um fotógrafo, e uma estilista – uma combinação perfeita, capaz de sociabilizar e melhorar a qualidade de vida de centenas de pessoas com deficiência intelectual, por meio do preparo de receitas e a manipulação direta dos alimentos. São essas duas ferramentas, a culinária e a terapia, a base do Projeto Superação, uma ideia que nasceu de um trabalho universitário e que pretende se estender para muitas entidades.

O projeto é inspirado na atividade desenvolvida pela Casa da Esperança Kibô-no-iê, que utiliza a gastronomia de forma terapêutica, há cerca de sete anos. “Nós montamos um evento, chamado “Uma manhã de Superação” como um trabalho de conclusão do curso de pós-graduação em Administração e Organização de Eventos do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), e trabalhamos durante todo o ano de 2011 em parceria com a entidade. Só que nos apaixonamos pela ideia e resolvemos continuar”, explica a chef de cozinha e uma das participantes do projeto, Adriana Bausells.

A ideia, segundo Adriana, é implantar, melhorar ou adequar a cozinha das entidades participantes para que as oficinas gastronômicas possam ser realizadas. “Com o espaço montado, nossa equipe treina os próprios funcionários da instituição para que eles toquem o projeto. Claro, que não vamos largar as entidades depois disso, sempre estaremos por perto assessorando”, explica.

Durante as oficinas podem ser preparados pães, bolos, tortas, saladas, brigadeiro e outras receitas mais simples. Segundo Adriana, a terapia por meio da gastronomia ajuda no desenvolvimento psicomotor, na memorização, por meio de segmento de receitas, auxilia na sociabilização dos pacientes entre si e seus familiares e eleva a autoestima, por meio da realização de um produto final. “Além disso, a entidade ainda pode vender esses produtos preparados pelos internos e arrecadar fundos para a própria instituição”, ressalta.

Um bom exemplo é o que acontece na própria Kibo-no-iê. Por lá os internos participam da oficina de gastronomia todas as quintas-feiras, e tudo o que é feito pelos deficientes intelectuais e os instrutores, como pães, bolos e tortas, é servido como lanche da tarde para todos os pacientes e funcionários, cerca de 150 pessoas no total.

Segundo Adriana, além da Kibô iniciativas similares também são realizadas na Universidade de São Paulo e no Hospital das Clínicas. “Um dos primeiros relatos que encontramos em nossas pesquisas da utilização da gastronomia como forma de terapia foi no Hospital Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro”, relata.

Após a formalização do projeto e a conclusão de toda a parte burocrática, o grupo pretende começar atuar em outras entidades que aceitem a parceria com o programa. Um dos nomes em mente para iniciar os trabalhos, é a Associação Pró-Excepcionais Kodomo-no-sono, também da comunidade nipo-brasileira.

Para que todos os planos se tornem realidade, o grupo busca parcerias e patrocínios com a iniciativa privada. Algumas empresas já manifestaram a intenção de ajudar, seja na montagem ou adequação das cozinhas das entidades, ou na doação de produtos para serem utilizados durante as oficinas.

Uma das primeiras ações em 2012 do Projeto Superação será a realização de uma Oficina de Brigadeiro na Kibô-no-iê. Uma parceria com a loja de brigadeiros artesanais, Só Brigadeiro, de Araraquara. No comando da atividade estará à proprietária da loja, Andrea Campanhã de Oliveira e um dos membros do projeto, o Pâtissier e Personal Chef, Cesar Yukio. “Escolhemos o brigadeiro porque acreditamos que o resultado terapêutico com os deficientes será muito bom, além disso, é um produto que tem bastante aceitação pelo público e que a entidade pode vender em suas festas”, explica Yukio.

Para ter mais informações sobre o projeto basta acessar o perfil do grupo na rede social Facebook: facebook.com/Projeto-Superação.