Preocupado com ações terroristas, governo japonês prepara medidas para evitar ondas de violência
Foto Divulgação
Preocupado com as recentes ondas de violência atribuídas a grupos extremistas, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu garantir a prevenção de ataques terroristas no país, após um centro de recolhimento de dados sobre terrorismo internacional ser lançado no país. De acordo com Shinzo Abe, o centro “irá garantir a prevenção do terrorismo”, incluindo na cúpula do G7, programada para ocorrer no Japão em maio 2016.
Segundo as sondagens de novembro, a maioria das pessoas no Japão teme que os ataques terroristas como os de Paris possam vir a acontecer no seu país. Uma série de ataques quase simultâneos de militantes islâmicos ocorreu na capital francesa em 13 de Novembro, resultando na morte de 130 pessoas. Mais 350 ficaram feridas.
Depois da tragédia de Paris, o governo japonês anunciou planos para reforçar a segurança, incluindo a abertura de um centro no Ministério das Relações Exteriores para recolher dados sobre o terrorismo internacional. A Polícia Nacional do Japão alertou para a possibilidade de o país ser um dos alvos do grupo extremista Estado Islâmico. As autoridades consideram que a realização de uma reunião internacional do G7 em maio do próximo ano converte o Japão em um “alvo fácil” para os jihadistas e, por isso, “não pode ser descartada” a hipótese de um atentado contra alvos vulneráveis como o transporte público.
Ataque hacker
Além da preocupação com terrorismo presencial, o Japão terá de lidar com ataques digitais. No dia 10 de dezembro, o movimento de hackers (pessoas que elaboram e modificam softwares e hardwares de computadores) Anonymous bloqueou o acesso à página na internet do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, num ataque em protesto contra o programa de caça às baleias.
O portal do primeiro-ministro permaneceu parcialmente bloqueado devido a um ataque de recusa de serviços (DDos ou Distributed Denial of Service), cuja autoria foi reivindicada pelo grupo internacional de hackers na rede social Twitter, onde afirma que a caça de baleias “não é um direito cultural”. O porta-voz do Executivo japonês, ministro Yoshihide Suga, reconheceu, em entrevista, que o ataque limitou o acesso ao portal de Shinzo Abe e informou que a polícia investiga se ele foi cometido por integrantes do Anonymous.
A ação dos piratas ocorre em represália à decisão do governo japonês de retomar o programa de caça de baleias. Pelo programa, poderão ser capturadas, na atual temporada, 333 exemplares no Oceano Antártico para fins que, segundo o governo, são científicos.
Mais de 30 países, incluindo todos os que integram a União Europeia, os Estados Unidos, o México e a Austrália, apresentaram proposta conjunta ao governo japonês contra a caça de baleias, que também é contestada por organizações ambientalistas. A rede Anonymous posicionou-se contra essa prática, como fez em relação à caça de golfinhos de Taiji, no oeste do Japão, em novembro, quando os hackers provocaram o colapso de dezenas de portais japoneses.