Quem olha para Okinawa atualmente – rodeado por um lindo mar azul turquesa, diversos pontos turísticos e gastronômicos, povo animado e acolhedor, não imagina que a ilha foi palco do maior ataque marítimo-terrestre-aérea da história da Segunda Guerra Mundial, na qual soldados norte americanos e japoneses lutaram, matando também milhares de civis (crianças, mulheres e pessoas inocentes) . Cerca de 240 mil pessoas perderam as suas vidas durante esta batalha, que durou cerca de 3 meses. Muitas pessoas perderam as suas vidas lutando. Outras, de fome ou malária. Muitos se suicidaram e mataram até os seus bebês. Muitos se esconderam em cavernas ou túmulos, na tentativa de sobreviver. Muitos morreram desnutridos. E outros tantos, contraíram a malária.
Dia 23 de junho, é uma data importante em Okinawa, o Irei no Hi, o dia em que a guerra terminou. Uma data para lembrar os mortos da Batalha de Okinawa e orar por eles. A cerimônia é realizada no Memorial da Paz, o Heiwa Kinen Koen, localizado no em Itoman, extremo sul de Okinawa, onde são apresentados diversos discursos de políticos japoneses e de jovens estudantes okinawanos, prestando as homenagens aos mortos e também lembrando sobre os horrores da guerra e a importância da paz.
HEIWA NO ISHIJI
O nome de todos os mortos durante a Batalha de Okinawa – civis, soldados americanos e japoneses, estão escritos nas pedras, chamadas de heiwa no ishiji – pilares da paz. Nessas pedras, é possível ter uma noção real de quantas pessoas perderam as suas vidas. É realmente muito triste ver tantos nomes. Todos os anos, mais nomes são incluídos nas pedras, porque os restos mortais são encontrados em vários lugares, assim como também são encontradas bombas desativadas.
As pedras estão localizadas próximas ao Suicide Cliff, um precipício na qual muitas pessoas se suicidaram, pois não tinham mais para onde fugir.
O MUSEU DA PAZ
Visitar o Museu da Paz é muito doloroso. Mas é importante conhecer toda a história desta batalha. No Museu, há ipods, onde é possível ouvir as explicações em diversos idiomas, enquanto visita o museu. O que mais me chamou atenção foi ler os relatos de pessoas de diversas idades e províncias. Lá, está escrito os diversos sentimentos: o medo, o desespero, a idade que a pessoa tinha quando a guerra começou, etc.
Existem diversas polêmicas em discussão sobre a Batalha de Okinawa. Espero poder escrever mais sobre em uma próxima edição.
A minha avó materna dizia que se escondia debaixo de túmulos e se alimentava de insetos. Porém, ela não gostava de tocar muito neste assunto. E você, caro leitor ou leitora? Conhece a história de seus antepassados? Tem informações do que eles passaram durante este período? Se você é descendente de Okinawa e ainda não conhece a história de seus antepassados, não está na hora de ir atrás? Tenho certeza de que irá se surpreender.