Todas as cores e energia do povo okinawano invadem o bairro da zona Leste de São Paulo na 14ª edição do Okinawa Festival
Fotos Daniel Yonamine
Com um novo layout, mas mantendo toda a alegria e união do povo uchinanchu, um dos mais festivos do Japão, a 14ª edição do Okinawa Festival chega ao bairro da Vila Carrão, na zona Leste da capital paulista e apresenta a cultura, gastronomia e tradições de Okinawa. Em 2016 o evento será realizado no mês de agosto, nos dias 06 e 07, no Centro Educacional e Esportivo Vicente Ítalo Feola, na Vila Manchester.
“O público que já conhece o evento vai reparar em algumas mudanças na disposição e layout das barracas e apresentações dentro do festival”, adianta o presidente da comissão organizadora da festa, Sérgio Higa. “Esperamos que o público aprove as mudanças e aproveite mais uma edição do evento”, ressalta.
O evento é promovido pela Associação Okinawa de Vila Carrão, Associação Okinawa Kenijn do Brasil, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, que dá todo o apoio necessário ao evento, por meio de itens referentes a infraestrutura. De acordo com a expectativa dos organizadores, esse ano a festa deve receber cerca de 20 mil pessoas, nos dois dias.
Tério Uehara, presidente da Associação Okinawa de Vila Carrão destaca que o evento tem como objetivo difundir a arte e a cultura japonesa e okinawana, expressadas por meio da música, da dança e das artes marciais para toda a sociedade. Ao mesmo tempo em que aproxima o público da arte, promove a preservação da cultura japonesa e okinawana no país.
O que concorda o vereador Ushitaro Kamia, apoiador incondicional da festa desde a primeira edição: “O Okinawa Festival mantém e preserva a união dos uchinanchus, contribuindo com a divulgação da cultura e das tradições, de geração em geração. Todo esse simbolismo, essa emoção, é contagiante. Por isso, sempre buscamos apoiar de forma incondicional nossos amigos. É sempre um grande prazer lutar para ver o evento grandioso”, ressaltou.
Segundo os senhores Kenji Oshiro, presidente do Worldwide Uchinanchu Business Association e Shinji Yonamine, especialista em cultura okinawana, que conhecem os diversos países e festivais que promovem a cultura uchinanchu pelo mundo, o Okinawa Festival, que acontece na Vila Carrão – bairro que acolheu a maior colônia okinawana no Brasil –, figura hoje como o maior evento de cultura uchinanchu fora de Okinawa. Além de ser um dos maiores eventos promovidos pela comunidade japonesa no Brasil, fazendo parte do Calendário Oficial de Eventos do Município de São Paulo.
A abertura oficial do evento acontece no sábado, às 16h e conta com a participação de diretores das entidades nipo-brasileira, autoridades legislativas e da prefeitura de São Paulo, que realizam a tradicional quebra do tarú (barril de saquê), trazendo boa sorte ao festival.
Com uma extensa programação cultural a festa reúne diversos grupos de dança, música e tambores típicos de Okinawa. “São cerca de 20 grupos por dia se apresentando ao longo de todo o evento”, enumera Higa. Diversas barracas trazem ainda várias atividades para os visitantes do Okinawa Festival como cursos, workshops e oficinas culturais, além da realização de exames gratuitos de saúde, atendimento médico e terapias.
Mantendo o verdadeiro espírito de união e solidariedade tão presente entre o povo okinawano, o evento é realizado por cerca de 500 voluntários que atuam tanto nas apresentações culturais, quanto nos trabalhos de estrutura do evento, ativos em vários setores do festival.
A entrada no evento, que também tem caráter solidário, é gratuita desde a primeira edição. Mas, os organizadores solicitam ao público que colabore com a doação de 1 quilo de alimento não perecível, que serão doados para 11 entidades assistenciais da comunidade nipo-brasileira e do bairro da Vila Carrão. “Na edição de 2015 foram arrecadados quase 20 toneladas de alimentos”, conta Higa.
“Agradeço aos patrocinadores, bazaristas e ao público que sempre vem prestigiar a nossa festa”, ressalta o presidente da comissão organizadora. “Também gostaria de convidar a todos para conhecer a cultura e a gastronomia de Okinawa. Todos são muito bem-vindos!”, finaliza Higa.
Informações
14° Okinawa Festival
Dias 06 e 07 de agosto de 2016
Sábado das 11h às 21h, e domingo das 11h às 20h
Centro Educacional e Esportivo Vicente Ítalo Feola
Praça Haroldo Daltro, s/n° – Vila Manchester
Entrada Franca
Anote na agenda
Confira os destaques da programação do 14º Okinawa Festival
Mais de 100 barracas de alimentação oferecem o melhor da gastronomia típica okinawana e leva ao público pratos muitas vezes pouco conhecidos. Composta por uma combinação das influências das culinárias do Japão, China, Coreia, e de países do sudeste asiático, a gastronomia de Okinawa é rica em legumes e verduras frescos, peixes, carne de porco, algas marinhas, tofu (queijo de soja) e alto consumo de chá. Por lá os visitantes encontrarão receitas tradicionalíssimas como o riijá no shiru (sopa de cabrito); ashitebichi (cozido de porco, com nabo, cenoura e alga kombu); okinawa sobá (espécie de sopa feita com o macarrão soba, lombo de porco, kamaboko, cebolinha, ovo fatiado, caldo de porco e de galinha, hondashi e shoyu); sooki sobá (variação do okinawa sobá, servido com costelinha de porco); e goya champuru (refogado com goya, ovo e tofu). Além de poder adoçar a boca com o clássico doce da Ilha, o satã andagui, doce típico similar ao bolinho de chuva brasileiro, só que com uma consistência mais crocante, sequinha, com menos açúcar e sem canela.
Todos os anos, a apresentação dos tambores de Okinawa é uma das mais aguardadas pelo público do Okinawa Festival. E não é para menos. Mais de 600 jovens e crianças apresentarão coreografias tocando o taikô – instrumento de percussão japonês, carregado a tiracolo. Com ritmo contagiante, os dois maiores grupos de taikô okinawano do Brasil, o Ryukyu Koku Matsuri Daikô e o Requios Geinou Doukoukai Eisá Taikô levam um colorido especial ao evento, além das já conhecidas alegria e animação contagiantes. Durante as grandiosas apresentações de encerramento os grupos de taikô se apresentam com os leões de Okinawa – “shi shi mai” e com a banda Tontonmi, além de convidar o público a participar e dançar, celebrando com muita alegria o coroamento de um momento feliz e festivo.
Nos dois dias de evento haverá a participação das maiores academias de dança folclórica okinawana do Brasil, que farão diversas apresentações de danças tradicionais de Okinawa – praticadas há séculos pelos diversos grupos sociais da Ilha, desde os vilarejos de pescadores até os palácios da Era Ryukyu, muito antes da integração ao Japão. “Também teremos apresentação de um grupo folclórico com danças típicas da Polinésia, e de Disco, com os clássicos passinhos dos anos 1980 e 1990”, enumera Higa. “Além de shows com Joe Hirata, Ryu Jackson, Karen Ito, Banda Tontonmi, Ricardo Nakase e muitos outros cantores da comunidade”, completa.
Mais de 400 atletas das modalidades de karatê (arte marcial originária de Okinawa); kung fu (arte marcial milenar chinesa); kobudô (tradições guerreiras dos samurais); jiu jitsu (arte marcial japonesa); bunomai (dança marcial); e aikidô (arte de defesa pessoal japonesa), se apresentarão nos dois dias de festa. A iniciativa visa incentivar os jovens a conhecerem as diversas modalidades esportivas, despertando o interesse pelo aprendizado da arte marcial.