Okinawa: Nova gestão

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A descendente de okinawanos Aurora Kyoko Nakati assume a presidência do Urizun, Círculo de ex-bolsistas de Okinawa

 Foto Divulgação

Aurora e os membros do Urizun no Okinawa Matsuri 2014
Aurora e os membros do Urizun no Okinawa Matsuri 2014

Aos 37 anos a assessora cultural da Fundação Japão em São Paulo, Aurora Kyoko Nakati, assume a presidência do Urizun, o Círculo de ex-bolsistas de Okinawa – que tem como principal objetivo divulgar a cultura okinawana para os seus descendentes e todos aqueles que possuem interesse em Okinawa –, e pretende continuar e ampliar o trabalho realizado pelos outros presidentes.

Há 10 anos no grupo, Aurora explica que já fazia parte do Urizun antes mesmo de ser bolsista. “Entrei em 2005 como simpatizante da cultura okinawana, ajudando em eventos e fui bolsista somente em 2009 por Motobu-chô (situada ao norte do arquipélago okinawano), cidade natal dos meus avôs”, conta.

Em entrevista a Mundo Ok, ela fala sobre os desafios de assumir a presidência do grupo, o trabalho realizado, as expectativas para essa gestão e os eventos que serão realizados em comemoração aos 20 anos do grupo. Confira o bate-papo!

A nova presidente, entre amigos e colaboradores do urizun
A nova presidente, entre amigos e colaboradores do urizun

Mundo OK: Quais as principais atribuições do presidente do Urizun?

Aurora Kyoko Nakati: Organizar a agenda anual de atividades do Urizun, pois além das nossas atividades próprias, damos suporte na infraestrutura nos eventos organizados pela Associação Okinawa Kenjin do Brasil (AOKB) e pelo Centro Cultural Okinawa do Brasil (CCOB).

MOK: Como se sentiu ao se tornar presidente do grupo?

Aurora: É uma grande honra, pois é muita responsabilidade representar todos os ex-bolsistas de Okinawa. Espero expandir o trabalho feito pelos presidentes e comissões anteriores, pessoas que admiro e me espelho para continuar os projetos desta gestão. Conto com uma ótima equipe na Gestão 2015 composta por ex-bolsistas e pessoas engajadas na divulgação da cultura okinawana. Uma das coisas legais do Urizun é que nem todos os membros usufruíram de bolsas em Okinawa, mas estamos conseguindo agregar pessoas com outras vivências da cultura. Este ano, como presidente, represento o grupo e quero pontuar que esses 20 anos foram construídos pelas mãos de todos que passaram pelo Urizun. Considerando o tempo que temos, os recursos materiais e tudo o mais, nossas atividades só podem se realizar pelas mãos de muitos. E é assim que continuamos. Agradecemos a todos que fizeram e fazem parte dessa história.

MOK: Quais as suas expectativas para essa gestão?

Aurora: Além das comemorações dos 20 anos do Urizun, pretendemos expandir a divulgação da cultura okinawana. Atualmente, nossas atividades se concentram na Grande São Paulo, mas há subsedes de associações okinawanas em várias regiões do país e queremos ampliar o circuito. Começamos com a inclusão de um diretor do Departamento Cultural, que é de Brasília e morou alguns anos em Okinawa, Akira Uema. Além disso, estamos fechando um círculo de palestras em Campo Grande para o segundo semestre.

MOK: E quais os principais desafios de ser presidente?

Aurora: Mostrar para a diretoria da associação e das subsedes que os jovens estão interessados na cultura e querem trabalhar sério para

Parte do grupo Urizun com diretores do Okinawa Kenjin do Brasil
Parte do grupo Urizun com diretores do Okinawa Kenjin do Brasil

isso. Atualmente temos o apoio e uma abertura grande da AOKB/CCOB e de algumas subsedes, mas ainda há uma grande barreira entre jovens e diretoria na maioria das subsedes. Queremos mostrar que podemos ajudar na divulgação da cultura okinawana de forma mais integrada, contribuindo com ideias, utilizando o que aprendemos com os imigrantes, lideranças e nos estágios em Okinawa. É preciso que a comunidade como um todo, explore as qualidades da juventude. Queremos mostrar que podemos ajudar na divulgação da cultura okinawana de forma mais integrada, contribuindo com ideias, utilizando o que aprendemos com os imigrantes, lideranças e nos estágios em Okinawa. O ponto é que a juventude não tem apenas a força física, ela tem também potencial criativo, comprometimento com os objetivos das associações okinawanas no Brasil e formação intelectual e artística para tocar os projetos em andamento e produzir novos. É preciso que a comunidade como um todo, explore essas qualidades da juventude.

MOK: Há alguma programação especial para a comemoração dos 20 anos do grupo?

Aurora: Estamos organizando uma festa comemorativa que será em junho. Queremos reunir os bolsistas e todos que nos apoiaram nesses 20 anos. Além disso, o evento será gravado e enviado ao governo de Okinawa com o intuito de mostrar um pouco do que fazemos aqui no Brasil após o retorno da bolsa. Ao retornarmos, ajudamos nas atividades do Kenjinkai e dos respectivos shichoson (cidades), aumentamos os vínculos com os nossos parentes lá, com as nossas raízes, com a cultura de nossos antepassados e queremos passar isso para as futuras gerações e aqueles que estiverem interessados em conhecê-las, independente de sua origem.