Opinião: Cultura de Okinawa (Kinchojins no Brasil)

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Há cem anos, da cidade de Kin que fica ao norte de Okinawa, partiram cinco famílias com destino ao Brasil, a saber: Matsukiti Nakama, Tokukiti Guinoza, Tokuzo Kinjo, Iwamatsu Guinoza e Tokuzo Shimabukuro, que se instalaram no interior de São Paulo – Alta Paulista, para trabalhar nas fazendas de cafezais…

Hoje podemos notar, onde há as maiores concentrações de kinchojin (descendentes) se encontram nos bairros de São Mateus e Vila Carrão na cidade de São Paulo, onde se destacam os grandes comerciantes, e os sobrenomes mais comuns da região são: Afuso, Nakada, Igei e Nakama. A pessoa mais idosa é a sra. Kamado Afuso, com 100 anos de idade, mãe do Sr. Seiko Afuso, morador no bairro da Vila Carrão.

No ano de 1971, foi fundada na cidade de São Paulo, a Associação Kinchojin do Brasil, cujo primeiro presidente foi o Sr. Bin Itiro Guinoza, atualmente com 120 familias associadas, que participam ativamente dos eventos, tais como: shinenkai (festa de boas vindas ao novo ano), torneio de boliche, torneio de bilhar, e excursões, tendo como presidente atual Sr. Jorge Kobashigawa. Esta associação, é uma das mais organizadas entre os Shi – Cho – Son (cidades – distritos e vilas), aqui no Brasil.

Ao longo destes anos, os profundos laços de amizade se mantém, em 1988 foi criada a bolsa de estudos para Kim, este intercâmbio se completa com a vinda de jovens bolsistas, do Japão para o Brasil, uma atividade de suma importância pois aos 100 anos, estamos nos conduzindo para uma comunidade integrada de cinco gerações estabelecidas no Brasil, tudo isto fruto de um primeiro processo migratório do Japão, iniciado por um líder da região de Kin, Sr. Kyuzo Toyama levando a primeira leva de imigrantes de 27 pessoas para o Hawai, iniciando todo um processo de imigração para o mundo, ditando em palavras “ waga ie wa godaishu”, como se dissesse a partir de agora os cinco continentes do mundo será a nossa casa. Após todos esses anos marcantes da jornada dos imigrantes, somos hoje aproximadamente 300 mil integrados na comunidade internacional.

Ressaltando que em2008 acidade de Kin doou para o Centro Cultural Okinawa do Brasil – Diadema, um monumento alusivo ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.

No mês de julho de 2012 nas comemorações do centenário da imigração da cidade de Kin, fomos agraciados com duas grandes festas realizadas no Centro Cultural Okinawa do Brasil e na Associação Okinawa Kenjin do Brasil, organizadas pela Associação Kinchojin do Brasil, com a vinda da comitiva oficial da cidade de Kin com 48 pessoas, 3 pessoas do USA e 1 da Bolivia, lideradas pelo prefeito Tsuyoshi Gibo e o presidente da Camara Zenko Nakasato.

No Centro Cultural Okinawa do Brasil, o evento durou o dia inteiro, com muito esporte, torneios de volley, gran golfe, gattebal, futebol de salão, e basquete, e para alguns o famoso levantamento de copo, a cervejinha.

Já na Associação Okinawa Kenjin do Brasil, houveram as homenagens, troca de presentes, um jantar delicioso, apresentações de odori, sanshin, eisá (tambores), shishimai, e a integração de todos com a dança de salão, e o prefeito Sr. Tsuyoshi Gibo esbanjando alegria, e claro não faltou o katchashi o samba do uchinanchu.

Kariyuchi a todos!

Shinji Yonamine – palestrante de Okinawa e atual presidente da Associação Okinawa Kenjin do Brasil e do Centro Cultural Okinawa do Brasil