Embora o Japão seja um país de maioria budista, milhares de pessoas foram receber e saudar o Papa que esteve visitando o país.
O Papa Francisco chegou ao Japão no sábado (23/11) sendo esta a segunda parada de sua viagem de uma semana à Ásia (a primeira foi na Tailândia na semana passada), com o objetivo principal de levar uma mensagem antinuclear a Nagasaki e Hiroshima, as duas únicas cidades do mundo a terem sido atingidas por bombas atômicas.
Francisco, de 82 anos, é um ativo militante antinuclear que no passado já pediu a proibição total de armas nucleares. “Desejo me encontrar com aqueles que ainda carregam as feridas desse episódio trágico na história humana”, disse o Papa a bispos japoneses pouco depois de sua chegada.
Mais de 100 mil pessoas foram mortas instantaneamente pelas duas bombas lançadas pelos Estados Unidos como medida para encerrar a Segunda Guerra Mundial, em Agosto de 1945 e dezenas de milhares de outras morreram nos anos seguintes em decorrência na contaminação por radiação e devido aos ferimentos.
No domingo (24/11), a cidade de Nagasaki, no Japão e discursou pedindo a abolição das armas nucleares, que chamou de “um atentado contínuo que clama aos céus”. Ele se dirigiu, a seguir, a Hiroshima. É a primeira vez em quase 40 anos em que um pontífice visita o Japão e as duas cidades atingidas por bombas atômicas. O pontífice visitou um parque localizado no ponto zero da explosão da bomba atômica despejada sobre a cidade por forças americanas há 74 anos.
Apesar da forte chuva, sobreviventes da explosão e convidados reuniram-se hoje para ouvir a mensagem de paz do Papa. O trecho a seguir é uma transcrição de parte de seu discurso.
“Este lugar nos faz mais conscientes da dor e do horror de que os seres humanos são capazes de infringir a si mesmos. A cruz bombardeada e a estátua de Nossa Senhora descobertas recentemente na Catedral de Nagasaki nos lembram mais uma vez do horror indescritível sofrido em suas próprias carnes pelas vítimas e suas famílias”, disse.
O Papa também comentou sobre seu compromisso de apoiar o mecanismo internacional de controle de armas, inclusive um tratado que proíbe bombas atômicas. Ele pediu aos líderes mundiais que assumam a causa.
Também em Nagasaki, o pontífice visitou um local importante para os católicos no Japão, um monumento que homenageia 26 cristãos crucificados no fim do século 16 porque tinham fé. A visita à cidade contou ainda com uma missa celebrada em um estádio de beisebol.
O Papa Francisco continuou sua visita ao Japão onde celebrou uma missa para vítimas de bullying e exclusão social e esteve reunido com o Imperador Naruhito e também com sobreviventes do desastre nuclear de Fukushima.
O Imperador o recebeu na entrada do Palácio Imperial e juntos seguiram até a Audience Hall, onde foi tirada a foto oficial do encontro, realizado de forma privada. A conversa entre Francisco e Naruhito durou meia hora, das 11h às 11h31, horário local. O Pontífice presenteou o imperador com um quadro em mosaico “Vista do Arco de Tiro”, tirada de uma aquarela do pintor romano Filippo Anivitti (1876-1955).
Nesta segunda-feira (25/11), o Papa se encontrou com o primeiro ministro japonês Shinzo Abe e com as autoridades civis. Nesta terça (26/11), a viagem ao Japão do Papa termina com uma visita à Universidade Católica de Tóquio, onde deverá ser celebrada uma missa.
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