Especialista explica como identificar os sinais da desmotivação e o que fazer para retomar o brilho e o entusiasmo pela vida
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Quando lutamos com toda a força para levantar e sair da cama, ou quando os segundos custam a passar, ou ainda quando falta entusiasmo para fazer as tarefas mais simples… essas situações podem ser um sinal de que está faltando um dos principais ‘combustíveis’ para seguirmos em frente com os nossos projetos: a motivação.
O especialista em análise do comportamento e coordenador pedagógico do Paradigma – Núcleo de Análise do Comportamento, Roberto Alves Banaco, 53 anos, explica que há várias razões para essa falta de, digamos, colorido na vida. “Essa condição pode ser resultante de uma situação de frustração, em que aquilo que fazíamos e que dava certo agora não funciona mais daquele jeito. Ou resultado de uma punição muito grande, que julgamos não merecida. Às vezes essas situações não têm a ver com nossa vontade, são resultados de processos longos, insidiosos, que vão tomando o controle de nossas vidas, silenciosamente. Ou ainda, a caracterizada pelo estresse crônico, condição bastante comum na sociedade atual”, explica.
Mas, como saber se fomos “picados” pelo bichinho da desmotivação? Segundo Banaco, os primeiros sintomas acontecem quando as ações ficam mais preguiçosas, e quando a execução de tarefas antes consideradas simples se torna um verdadeiro tormento.
Para evitar essa situação, Banaco explica que é importante desenvolver um autoconhecimento capaz de nos tornar sensíveis a variações em nossa motivação e entusiasmo. “Qualquer variação nestas condições deve ser observada e se permanecer por um período maior do que duas semanas, merece maior presteza e até o cuidado de um profissional”, ressalta.
Além disso, outras medidas podem ajudar a impedir que a desmotivação, o tédio e a falta de ânimo se instalem em nossas vidas. A primeira delas, segundo o especialista é não parar de agir, nunca! “Mesmo em condições que estão ‘dando certo’, temos que ficar atentos se este ‘dar certo’ é devido a nossa ação. Se for, um descanso pode ser bem merecido. Em condições que estão ‘dando errado’, é bom considerar uma mudança de conduta ou até mesmo mudança de ambiente, já que pode ser que as fontes de recursos estejam secando neste ambiente atual”, detalha.
Variar em atividades, em relações sociais e em ambientes que exijam a nossa ação, é a segunda medida a se tomar. “A conexão entre nossas ações e as consequências que vivemos é fundamental para que tanto a desmotivação quanto o tédio sejam impedidos de acontecer”, continua.
E finalmente, observar o que “produzimos” no mundo à nossa volta. Segundo Banaco, quando acertamos, temos que comemorar os bons frutos, e quando erramos, devemos aprender com o erro, para nâo cometê-lo novamente numa próxima oportunidade que, certamente, acontecerá.
Todas essas atitudes devem ser praticadas diariamente, em todas as situações. Já que, “auto-observação, autoconhecimento e autocontrole são habilidades para serem exercidas o tempo todo”, revela o especialista.
Livros e filmes com temática motivacional também podem ajudar, mas não determinam a mudança de comportamento. “Talvez algumas pessoas sintam-se melhores ao observar situações que apontem soluções para os problemas da vida. Um filme que eu indicaria é ‘O Feitiço do Tempo’, no qual um repórter bem desanimado e entediado morre e acorda sempre no mesmo dia, até que resolve mudar sua vida. É uma metáfora muito feliz a respeito de estar motivado com a própria vida”, indica Banaco.
Segundo ele, qualquer tipo de atividade que nos ajude a dirigir nosso caminho em busca do bem estar deve ser incentivada. Mas alerta: “Devem-se evitar cursos que promovam a competição, o estresse, o ânimo forçado, a alegria falsa, a aprendizagem de tarefas que sejam rentáveis, mas cujas atividades não sejam prazerosas”, finaliza.
Viver bem
Banaco dá dicas de como ter uma vida mais harmoniosa e equilibrada
– Cultivar uma vida em que as atividades sejam equilibradas: 8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e autocuidados e 8 horas dormindo. Obviamente, essa divisão pode sofrer pequenas adaptações;
– No trabalho, fazer coisas que nos deixam felizes, um trabalho para o qual temos motivação, orgulho e habilidade. E se possível, que nos remunerem bem;
– No lazer, que seja equilibrado entre família, amigos e atividades físicas;
– Um tempo pra ficar só, também deve ser reservado, porque intimidade é uma característica importante que deve ser preservada;
– Descanso é imprescindível para que todo o resto dê certo. Nosso corpo foi preparado de forma que só funcionamos bem se estivermos recuperados das outras 16 horas de gasto de energia;
– Buscar a felicidade, fazer o que gosta, com quem gosta, do jeito que gosta e que seja suficiente, são bons passos para alcançar esse estado.
Mais motivação
Conheça algumas atividades que podem te ajudar a ter mais disposição para realizar as tarefas do dia a dia
Cursos, terapias, exercícios… manter um hobby que lhe dê prazer, seja ele pintar, cantar, aprender uma nova língua, ou praticar algum esporte, é fundamental para nos desligarmos das preocupações diárias e dar mais ânimo e entusiasmo para superar os próprios limites. “Essas atividades são imprescindíveis porque promovem a mudança e, principalmente, o aumento das habilidades para enfrentar situações novas, para as quais não estamos preparados ainda”, explica o especialista em análise do comportamento, Roberto Alves Banaco.
Para usufruir dos seus benefícios, porém, é necessário que a prática seja prazerosa, sem dor e algo que você realmente goste. “Atividade física aeróbica pelo menos 3 vezes por semana é uma boa opção, já que os exercícios mexem com nosso estado físico, melhorando a disposição geral para a ação”, indica Banaco.
Pensando nisso, a Mundo Ok listou algumas atividades que mexem com o corpo e com a alma, e que podem ajudá-lo a ficar mais motivado. Confira!
Iogaterapia
Técnica milenar indiana, praticada há mais de 5 mil anos segundo estimativas de alguns pesquisadores, a ioga reúne os aliados para uma mente saudável: atividade física e meditação. As posturas da prática, que unem exercícios de alongamento e respiração agem diretamente no sistema nervoso central, trazendo calma e relaxamento, figurando entre os mais eficientes métodos alternativos contra distúrbios da ansiedade e depressão, segundo pesquisa realizada pela Universidade de Boston, nos Estados Unidos. No Brasil, de acordo com a União Internacional de Yôga existem diversos centros especializados na prática, reunindo 5 milhões de adeptosem todo País.
Pilates
Danças
Muito procurada por quem deseja aliviar o estresse do dia a dia, as várias modalidades de dança atraem cada vez mais adeptos por unirem a atividade física, e a consequente queima calórica, com um lado mais lúdico, proporcionado pela música e pelo contato com as pessoas. De acordo com a diretora da Cia de Dança, Lilly Mutai, a dança melhora a capacidade cardiorrespiratória, desenvolve a autoconfiança, a autoestima, a consciência corporal e concentração, além de desenvolver resistência física, coordenação motora, aumentar o tônus e a força muscular e aliviar o estresse e a tensão diária.
Marcenaria Hobby
A onda dos “Leader Training”
Pesquisa revela que liderança é o tema mais abordado atualmente
Se desenvolver como pessoa e como profissional e se tornar um verdadeiro líder nunca esteve tão em pauta como agora. De acordo com a pesquisa “O retrato do treinamento no Brasil 2011/2012” realizada pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e pela MOT – Mudanças Organizacionais e Treinamento, a prioridade para esse ano será o desenvolvimento de lideranças para 54% das organizações, com um aumento médio dos investimentos nesse setor em 36,9%. Ou seja, liderança é o tema mais treinado atualmente.
Mas, por que é tão importante desenvolver essa habilidade? Segundo o diretor da ABTD, Alexandre Slivnik, “toda e qualquer ação de desenvolvimento é muito importante por fazer com que a pessoa cresça e descubra ferramentas para poder progredir pessoal e profissionalmente. E os cursos de liderança são uma maneira de se atingir esse desenvolvimento”, revela.
No Brasil, existem várias empresas que oferecem cursos voltados ao desenvolvimento pessoal e liderança, também chamados de Leader Training, com metodologias diferentes e com enfoques variados. Para escolher o que melhor se adéqua a sua necessidade atual, o psicólogo e instrutor da Sociedade Brasileira de Programação neurolinguística, Alexandre Bortoletto indica uma autoavaliação: “Primeiro é necessário conhecer, perceber o que falta em você e o que você deseja desenvolver, para então escolher o curso que melhor se enquadra nesse perfil que você está buscando”, conta. “Pode ser um para desenvolver o seu lado mais introspectivo, ou para ajudar a controlar melhor o estresse, ou mais focado no comando de equipes”, continua. Segundo ele, se a pessoa não souber o que exatamente está buscando, ou qual o melhor caminho para alcançar os seus objetivos, profissionais de coaching, psicoterapeutas, ou especialistas em neurolinguística podem ajudá-la nessa tarefa.
Não há idade ou momento exato para investir em um programa de desenvolvimento, pois vai depender muito da fase da vida de cada pessoa. De acordo com Slivnik, há adolescentes de 12 anos que já estão fazendo cursos e se preparando, e outros profissionais mais experientes, com 30 anos de carreira, que também estão investindo em seu potencial de liderança. “O que recomendo é que todos se preocupem e busquem programas de desenvolvimento de liderança, afinal, o autodesenvolvimento é algo que pode te levar cada vez mais ao sucesso”, ressalta.
Mas não basta apenas participar de um treinamento, segundo Bortoletto, os cursos são apenas uma etapa na vida da pessoa. “Liderança não é uma meta, não é algo que se alcança, é algo que se desenvolve eternamente. Por isso, não basta apenas um curso. Para ser um verdadeiro líder é essencial continuar se desenvolvendo e buscando o autoconhecimento, mantendo sempre a sua liderança ativa”, finaliza.
Coaching
Conheça mais sobre um processo de desenvolvimento pessoal e profissional que vai te ajudar a identificar e alcançar seus objetivos
Seja parar de fumar, conseguir um novo emprego, ou aumentar os rendimentos da empresa. O Coach, o profissional de Coaching, vai encorajar e motivar o seu cliente, o Coachee, fazendo-o refletir a respeito dos aspectos de sua vida, e por meio de técnicas comportamentais, psicológicas e emocionais, ajudá-lo a aprimorar suas aptidões, tanto pessoais quanto profissionais, para que os objetivos previamente estabelecidos sejam alcançados.
Na prática, o Coach realiza o seu trabalho geralmente em 10 sessões – em um local pré-estabelecido, podendo ser um consultório – em que ele e o Coachee traçam juntos as metas a serem alcançadas. O profissional não se aprofunda nos problemas do seu cliente, o foco é no futuro, nos objetivos e nos meios para chegar lá. De acordo com a Academia Brasileira de Coaching (ABC), o Coach jamais diz à pessoa ou à empresa o que deve ser feito, o seu trabalho é ampliar a percepção do cliente, dando assistência e oferecendo as ferramentas necessárias para que ele trilhe seu próprio caminho de crescimento.
O Coaching tem diversas abordagens, as mais comuns são o Personal Coaching ou Life Coaching, cujo objetivo é desenvolver e melhorar a vida pessoal, ajudando o Coachee a enfrentar medos, superar momentos difíceis e a vencer obstáculos; e o Executive Coaching ou Business Coaching, que tem o foco no ambiente corporativo, buscando melhorar os rendimentos da empresa, o desempenho dos funcionários.
Segundo dados da ABC, a procura maior é pelo Life Coaching, com cerca de 50% de todos os clientes atuais. Já o voltado para a área executiva, com cerca de 22%, geralmente é procurado por empresas do setor de RH e alta gestão.