Com empenho e muita dedicação, o judoca brasileiro Charles Chibana conquistou o primeiro lugar no ranking em sua categoria
O ouro no Campeonato Pan-Americano de Guayaquil rendeu ao judoca brasileiro, Charles Chibana muito mais do que as medalhas conquistadas. Com os resultados, se tornou o primeiro no ranking de sua categoria (-66 kg), com 1706 pontos, seguido pelo francês David Larose, com 1501 pontos, e do mongol TumurkhulegDavaadori, com 1500,de acordo com a lista divulgada pela Federação Internacional de Judô.
Descendente de japoneses, Charles despontou no esporte em 2013, quando passou a vencer importantes competições. Com 24 anos, o jovem está contente com a conquista, mas não se ilude com o status: “Fiquei feliz, claro, mas o ranking não diz muita coisa, porque o judô é um esporte de momento e no tatame não importa a sua posição no ranking”, esclarece.
Estando no topo, Charles se torna mais visado, mas isso não incomoda o atleta. “É natural, todo mundo quer chegar ao lugar mais alto, mas eu procuro fazer o meu trabalho, me mantenho focado, independente do ranking e da pressão”, afirma.
Com uma rotina puxada, o judoca treina seis vezes por semana, alternando o treino de musculação, às segundas, quartas e sextas-feiras, com o treino técnico às terças, quintas-feiras e sábado, além do treino de judô randori – treino livre de preparação para os torneios –, que pratica de segunda-feira à sábado.
Treinamento intenso realizado com o objetivo de manter o alto nível no esporte e se preparar para o seu grande objetivo na carreira esportiva: conquistar uma medalha nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. “A cada ano eu quero focar nas principais competições, visando 2016. Os Jogos Olímpicos são minha motivação diária”, revela. “Pensando ano a ano, torneio a torneio, poderei brigar para realizar meu sonho”, completa Chibana.
Escolhido pelo judô
Como a maioria das crianças, no auge de seus três anos, Charles não gostava muito da ideia de fazer aulas de judô, preferia jogar futebol e brincar com os amigos. Porém, por influência do avô – que praticava karatê, mas que gostava muito da filosofia do judô – Charles, os irmãos e os primos iniciaram na arte marcial. “Quando comecei, ia obrigado para os treinos, não gostava do judô e achava que não ia durar muito tempo no esporte”, conta o judoca, que começou as aulas com o sensei Yamamoto, na Vila Carrão, na zona Leste de São Paulo.
Mesmo bairro em que vive a sua família, todos no mesmo edifício, construído pelos filhos de KohanChibana – avô de Charles. “Todos os filhos do meu avô moram lá com suas famílias. Somos bem próximos, fazemos churrasco e festa para todos. É simples, é só chamar todo mundo do prédio”, revela bem humorado Charles, que recentemente se mudou da casa dos pais, mas está sempre por lá para visitar a família.
O garoto que não gostava do judô começou a crescer, a vencer importantes campeonatos pelo Brasil e pelo mundo, e a empatia pelo esporte nasceu: “Quando comecei a viajar para competir e vencer alguns torneios passei a gostar mais do judô”, lembra. “Mas foi só aos 17 anos, quando fui contratado pelo Esporte Clube Pinheiros, que comecei a levar a arte marcial mais a sério”, completa o judoca, que está até hoje no clube.
Já a estreia como judoca da seleção brasileira principal aconteceu em 2007, com o segundo lugar no Campeonato Mundial por equipes na China. De lá para cá, Charles tem vencido importantes competições, conquistado títulos e, principalmente, mais experiência.
“Com certeza o ano de 2013 foi o melhor da minha carreira. Conquistei títulos importantes, superei uma lesão e como consequência dessas vitórias, cheguei ao topo do ranking”, finaliza o judoca, que em seu tempo livre gosta de descansar e ficar ao lado da família e dos amigos.
Aos fãs que desejam conhecer mais de perto o judoca e acompanhar suas conquistas, os detalhes da sua vida esportiva estão disponíveis no site www.charleschibana.com.brou nowww.facebook.com/charles.chibana.
Balanço da carreira
Confira as principais conquistas e resultados alcançados pelo judoca ao longo da vida no esporte
2014
– Ouro no Campeonato Pan-Americano de Guayaquil, Equador
– Bronze no Grand Prix da Turquia
2013
– Ouro no Grand Slam de Moscou
– Ouro no Sul-Americano de Buenos Aires
– Ouro no Panamerican Open de El Salvador
– Ouro no Panamerican Open de Montevidéu
– Prata no Grand Slam de Tóquio
– Prata no Panamerican Open de Buenos Aires
– Bronze no Pan-Americano da Costa Rica
– 5º lugar no Campeonato Mundial no Rio de Janeiro
2012
– Ouro no Troféu Brasil Interclubes
2011
– Bronze na Copa do Mundo de Miami
2010
– Prata na Copa do Mundo de Miami
2009
– Ouro no Open Senior de Quebec
2008
– Ouro no Troféu Brasil Interclubes
– Bronze na Copa do Mundo de Belo Horizonte
– Bronze no Campeonato Mundial por equipes no Japão
2007
– Prata no Campeonato Mundial por equipes na China
Juvenil
– Pentacampeão Paulista e Brasileiro (1999, 2002, 2004, 2005 e 2007)