Eventos como o ‘Akimatsuri’, em Mogi das Cruzes, reforça a importância de grandes eventos para o crescimento de um município
Fotos Daniel Yonamine
“Antes, nossa estrutura era de bambu, com lonas pesadas. Hoje, temos um conforto inimaginável há 30 anos”. Foram com essas palavras que o presidente do Bunkyo de Mogi das Cruzes, Kiyoji Nakayama, abriu o Akimatsuri, festival de cultura japonesa promovida neste mês de abril. Palavras essas que remetem a um esforço representativo não só dos nikkeis da região, mas de toda uma comunidade cuja intenção foi de levar adiante os valores e tradições oriundas do outro lado do mundo. Atualmente, os milhares de eventos espalhados pelo País servem como base para divulgar ainda mais os aspectos culturais do Japão. E ajudam, Ada vez mais, no crescimento da própria região em que se realizam.
Como o próprio Nakayama diz, tal tradição de eventos resguarda e preserva uma parte da memória dos pioneiros na produção de eventos. Para tanto, a própria organização do Akimatsuri realizou uma cerimônia religiosa em prol das memórias daqueles que contribuíram para o evento chegar em tamanha envergadura. Além disso, diretores da geração mais antiga também foram homenageados no palco – um gesto simbólico, mas carregado de emoção.
“Isso faz parte da gratidão que temos por todos. Muitos deram seu suor para promover um evento aqui em Mogi das Cruzes. Talvez não imaginassem o quanto o Akimatsuri cresceria, mas faziam com o coração, em busca de um ideal, um sonho. Hoje, são milhares de pessoas que nos visitam, de diversos municípios. É gratificante”, afirma Nakayama.
Um festival do porte do Akimatsuri vai além de apenas trazer público em busca de gastronomia e apresentações culturais. Impacta positivamente no município, pois atrai empresários e desperta o interesse de grandes empresas. Fato este que transforma, por exemplo, Mogi das Cruzes em um grande pólo de negócios e turismo, durante a época do evento.
Segundo o prefeito da cidade, Marco Aurélio Bertaiolli, variáveis como o grande fluxo de pessoas no evento e a concentração da iniciativa privada, sem contar no terceiro setor, mostram que o desenvolvimento do município é constante. “E tudo isso graças à ajuda da comunidade nipo-brasileira. Nós aprendemos muito com os descendentes. Na agricultura, nos valores, na dedicação e disciplina. Portanto, Mogi das Cruzes é um reflexo de todo esse esforço, graças à contribuição dos japoneses. É a hora, portanto, de reverenciarmos toda essa dedicação. Nosso município é imensamente grato ao Akimatsuri, aos japoneses e a todos que, de alguma forma, nos ajudam a crescermos”, explica Bertaiolli.