Revolução no Século XXI

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Cerca de meio século atrás, mais exatamente em 1968, uma explosão de protestos aconteceu em todo o mundo. Não fazia mais sentido na era da paz e amor, dos Beatles e do rock and roll, viver como nossos pais, presos num modo de vida que vinha dos tempos coloniais. Usando pretextos dos mais diversos, jovens de todo o mundo realizaram movimentos que culminaram com a alteração radical dos usos, costumes, valores e conceitos vigentes até então. O mundo passou a viver de forma mais alegre, mais livre e mais autêntica.

Nestes últimos cinquenta anos o mundo viveu uma verdadeira revolução tecnológica, que culminou com a informatização em todos os setores da vida. Paralelamente, grande parcela da população de todas as partes do mundo, gente simples, honesta e trabalhadora, começou a sentir que suas vidas são manipuladas por uma classe política cada vez mais podre moralmente, uma elite econômica sem escrúpulos por lucros mais lucros, por traficantes e contrabandistas cada vez mais poderosos e organizados, pessoas com destaque profissional ou social carregadas de maldade e por uma bandidagem cada vez mais violenta. Afora grandes injustiças do mundo moderno, onde alguns poucos ganham muito (nem sempre honestamente ou justificadamente) enquanto muitos mal ganham para comer.  Exemplo dos que nascem com talento para esportes e artes que ganham muito dinheiro com pouco esforço, enquanto milhões que se sacrificam de forma extenuante através de estudos e trabalhos são mal remunerados. A pandemia do coronavírus veio mostrar a importância de médicos, enfermeiras e auxiliares de enfermagem e que podemos viver perfeitamente sem os astros dos esportes e das artes. Será que este tipo de capitalismo, de livre mercado e de democracia melhora as chances da maioria da população de ter uma vida feliz? Bilhões de pessoas no mundo inteiro começam a achar que não. E esse batalho de gente que sofre as mazelas de uma pequena minoria atuante e agressiva está infeliz. Nos últimos 40 anos do século passado, a partir dos anos 60, apesar das crises econômicas e de um ou outro conflito armado em pontos isolados do planeta, a humanidade viveu um período bastante feliz. No século XXI, apesar das facilidades trazidas pelo emprego de novas tecnologias e até da melhoria sócio-econômica para uma grande parcela da população mundial, o sentimento geral é que as pessoas, jovens em especial, não vivem um estado de real felicidade. Existe um sentimento de que as regras políticas e econômicas precisam mudar porque não estão mais atendendo a maioria da população, que as relações pessoais precisam melhorar porque não vai demorar e o ódio e a agressão serão a base do cotidiano das pessoas, a justiça tem que ser mais rápida, mais ampla e mais severa com os que quebram as regras do bem viver, a distribuição da riqueza produzida precisa ser melhor distribuída, premiando o esforço e o mérito enfim, muita coisa precisa mudar para um mundo melhor.

As revoltas começam a pipocar em todo o mundo, no momento tendo a violência contra a população negra dos EUA. Mas outras devem começam a pipocar em diferentes partes do mundo começando por motivos diversos, mas que acabarão unificadas por lutas por um mundo mais justo. São gente de todas as idades que querem um século XXI de gente mais feliz. Será que teremos uma nova revolução de costumes como 1968? Será que os poderosos vão ceder e distribuir justiça, poder, riqueza para que a humanidade como um todo seja mais feliz? Não é simplesmente um socialismo sem sentido nos dias de hoje, mas um capitalismo humano, ou seja, gerador de mais riqueza, mas em prol do bem estar do maior número de pessoas. É sonhar ou sonhar!!