Tanabata o dia neutro em Okinawa, por Shinji Yonamine

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Para os okinawanos o sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar, é o Tanabata, considerado um dia “neutro”…

Esse dia é aproveitado para limpeza de túmulos familiares, realização da exumação, mudança de butsudan, e tudo que se relacione a parte espiritual, sem levar em consideração o ano de nascimento (UMAREDOSHI) de qualquer membro da família.

 Em Okinawa, considera se que temos durante a vida, ciclos de evolução de 12 em 12 anos intitulado UMAREDOSHI ano de nascimento ou mesmo no dialeto de Okinawa TUSHIBI, considerado  um período de transição em que podemos receber fluidos positivos ou negativos, é uma época de precaução assim, por exemplo as pessoas do signo da cobra (2013) não poderão realizar atividades espirituais durante o ano da cobra, que envolvam antepassados, é permitido somente no dia do Tanabata.

Por que o sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar?

A cultura de Okinawa se assemelha aos costumes dos  Maias, ambas as culturas consideram a existência de uma relação entre a Lua e o Sol, e observam a diferença de um dia entre estes dois calendários, que no Japão corresponde ao Tanabata.

• A Lua gira em torno da Terra,  a cada ano 13 vezes num ciclo de 28 dias cada um, completando um ciclo anual = 364 dias, que  dividido por 7 =  52 semanas

• A Terra gira em torno do Sol, em um ciclo que se completa em aproximadamente em  365 dias.

• A diferença entre o ciclo do Sol 365 dias  –  364 dias o ciclo da Lua = 1 dia neutro  (Tanabata).

• O ano tem 52 semanas  + um dia neutro (Tanabata)  =  sétimo dia do sétimo  mês, do calendário lunar.

Em Okinawa, o finados “obon”, é comemorado entre os dias: 13, 14 e 15 de julho, sete dias depois do Tanabata, que serve como preparativo e prenúncio para o Obon.

1º dia – 13 – UNKE o mais velho da família,  vai ao túmulo convidar os antepassados, para o inicio do Obon. A casa estará toda iluminada, o butsudan é ornado com flores, velas, arandelas e muitas oferendas, os  familiares ali reunidos para receber os fluidos dos antepassados.

2º dia – 14 –  NAKABI é o dia mais movimentado, pelas visitas das pessoas na casa dos pais ou mesmo a casa raiz, onde estão o santuário de seus ancestrais.

3º dia – 15 – UKUUI como sendo o ultimo dia, espera se que todos já tenham visitado os seus familiares, é feito um prato de oferendas, que é colocado no portão da casa ou mesmo em uma encruzilhada, para que os espíritos perdidos possam também desfrutar desta alegria.

É neste dia em que os jovens com os seus tambores e as meninas vestidas à caráter, saem dançando pelas vilas, este grupo denomina se Eisá, a sua percussão é denominada TI MU DUNDUN batida do coração, neste momento contagia as pessoas chegando até mesmo a “arrepiar” isto porque,  considera se que no momento da nossa formação, a primeira sintonia que ouvimos é a batida do coração da mãe, esta vibração tem relação com os pais, ancestrais e Deus, e neste momento divino reflete a alegria dos deuses pela relação que se forma entre os elementos da família , fortalecendo a espiritualidade.