Tradição: Busca por Oportunidades – Parte II

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Em consequência da alta concentração de okinawanos, oriundos do interior de São Paulo e da Linha Santos-Juquiá, para a região do Mercado zona central da cidade de São Paulo…

Em 1926 foi o início das atividades da comunidade através do Kyuyo Kyokai, no restaurante japonês da rua Mauá, que posteriormente veio a se tornar Associação Okinawa do Brasil se fixando na rua Pagé, posteriormente a Associação adquiriu imóvel na avenida Senador Queirós, e a partir de 1978 se estabeleceu em definitivo na rua Dr. Thomas de Lima, 72 – Bairro da Liberdade. Para os fundadores, foi um grande orgulho se estabelecer na Liberdade, porque este bairro sempre foi um referencial da comunidade nikkei. Atualmente a Associação representa 44 sub-sedes sediadas no Brasil.

A partir do ano de 1955, quando a minha família se instalou no bairro do Mercado, tive a felicidade de desfrutar das atividades desta região, um pequeno descritivo da época:

Rua Barão Duprat: Farmácia Sueli do Sr. Nilton Miyashiro (foi vereador na cidade de Santo André) local que foi uma referencia da comunidade okinawana, Depósito de Caixaria da Familia Taba & Tamashiro, Restaurante Sobaya da Familia Nakamura famoso pelo  soba com camarão empanado, Livraria Endo, Maeoka Secos e Molhados e produtos japoneses, Atacadista Matsumoto, Barbearia, Casa Sato de Utensilios Domésticos, S. Imai Máquinas Agricolas, Banco Sumitomo, Pensões Nakandakare,  Tamashiro e Higa, inúmeros depósitos de banana, melancia, abacaxi, citando alguns nomes: Oshiro, Tamashiro, Shiohama, Uchima.

Rua Pagé: Agencias de Turismo  Uehara e Yabiku, Barbearia,  Frutaria da D. Palmira – varejo  e José Higa – atacado, Escola de japonês  que cedia as suas instalações nos fins de semana para a realização de bailes para a Associação Raybon Tomono kai, e no andar superior era escola de Corte e Costura da D. Dina Sueguni.

Rua Paula Souza: Pensão Arashiro.

Rua Itapura de Miranda: Loja Ando & Sato, Banco Tozan e Cerealista Yoshihiro.

Av. Senador Queirós: Bazar Arima e Cooperativa São Paulo.

Avenida Mercurio: Máquinas S. Hanashiro e o Instituto de Beleza do Sr. Mário Arakaki homenageado como primeiro cabeleireiro da colônia japonesa.

Rua Assad Abdala: Livraria Sol Nascente.

Rua Cantareira: Droga Fuji, Doceira Caxingui, Pastelaria Yokoyama, Livraria Okinaga, Foto Fuji e foi no Banco América do Sul, onde muitos jovens tiveram os seus primeiros empregos como oficce boy e escriturários.

Curiosidades: Muitas senhoras eram mascateiras, vendiam roupas de porta em porta. E, na década de 1950 foi inaugurado o Banco Paulista do Agricultor.

No Mercado Yamato Kinjo, destacavam se as famílias, Kanekadan, Oshiro, Senaga, Antonio Takara, Gushiken, Taba, Arashiro, Matsuda, Fujiwara, Nakamura, Nagaoka, e etc.

E também os jovens criaram grupos como a JADAP – Juventude Alegre da Antonio Paes, com várias atividades juvenis, esportes e bailes de fim de semana, grupo este que foi um dos primeiros a participar de atividades no Nippon Country Club. E também motivados pela música podemos citar a formação do Grupo Musical Olimpicus dos Irmãos Hugo e Hideki Yamaguchi e o Gombo, este grupo veio a se tornar A Patota. Outro Grupo era o Buli formado pelos filhos de empresário nikkeis, que se reuniam na rua Barão Duprat. O ponto de encontro dos jovens eram o Bar do Panela, Bar Las Berlengas e o Bar da Bolsa, momentos  nostálgicos que me faz relembrar a juventude.

SHINJI YONAMINE é palestrante da cultura e tradições de Okinawa. E-mail: shinjiyonamine9@gmail.com.