O início da imigração japonesa no Brasil se deu com a chegada, em 1908, do navio Kasato Maru, com 781 imigrantes sendo 325 (42%) vindos da província de Okinawa, ilha localizada no extremo sul do Japão…
Estabelecidos nas fazendas, em 6 meses, do total de 781 imigrantes, com as constantes fugas restaram apenas 191, como o maior contingente era oriundo das províncias de Okinawa e Kagoshima, elas perderam o direito de ter o incentivo por meio do sistema oficial financiado pelo governo, para a vinda de novos imigrantes, passado para o sistema Yobiosse “chamada” para o Brasil, por um parente ou amigo.
Na ocasião, Okinawa passava por muitas dificuldades, pois tinha uma agricultura com baixo rendimento, falta de água, inexistência de reserva de rios e precárias construções de madeira, neste período o povo era compensado pelas chuvas que acompanhavam os taifus, trazendo a água.
Esta penosa vida de subexistência criou uma forma de bem viver, dividindo o pouco que dispunham. Por uma questão de sobrevivência, o povo aprendeu a se doar, criando uma comunidade solidária.
Assim, na imigração, na medida em que foram fincando as suas raízes no Brasil, a única maneira de dar oportunidade aos conterrâneos foi chamar os amigos e parentes na forma de Yobiosse.
No Brasil, esse sistema do tipo Yobiosse e o trabalho dos lideres da comunidade por meio da Associação Okinawa, foi muito grande, pois dos 300 mil okinawanos existentes no mundo, 50% estão no Brasil, de acordo com dados estatísticos do Uchinanchu Taikai – Okinawa.
A mobilização da comunidade se deu também pelo processo de acomodação dos shimanchus “conterrâneos”. Por meio das concentrações dos imigrantes, podemos distinguir as regiões de origem de Okinawa e a influência nos tipos de atividades, aproximadamente até os meados de 1980 podemos caracterizar, a grosso modo, comportamentos específicos à cada região. Fato que contribuiu para a criação das Associações de Okinawa Kenjin “shibus” em vários locais, conforme tabela abaixo:
SHINJI YONAMINE é palestrante da cultura e tradições de Okinawa. E-mail: shinjiyonamine9@gmail.com.