Turismo: Cachaça com estilo

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Especialista na bebida, a japonesa Ritsuko Yoseda dá dicas e conta segredos para degustação

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Rodrigo Meikaru/ Imagens: Revista Mundo OK

A cena é corriqueira: em qualquer bar de rua, sempre há alguém tomando uma “branquinha”, seja no período da manhã, tarde ou noite.  Apelidada de diversos nomes populares, a cachaça faz parte do cotidiano dos brasileiros, sendo considerada uma das bebidas mais populares do País. Também, pudera. No país da pinga, existem mais de 150 marcas diferentes da bebida, com sabores, aromas e texturas para todos os gostos.

 Por ser tão emblemática, popular e cativante, a cachaça desperta a atenção do mundo. Até os japoneses, famosos pelo saquê e shochu (destilado), se renderam à nossa bebida. Que o diga Ritsuko Yoseda, japonesa radicada no Brasil e, provavelmente, uma das poucas nipônicas que podem ser consideradas especialistas na bebida. Estudiosa e atenta aos alambiques, ela promove palestras sobre o assunto.

 “Conheci a cachaça em 2003. De lá para cá, venho estudando e divulgando a cachaça, inclusive no Japão. Hoje, vejo que a popularização da bebida trouxe diversos benefícios para o Brasil. No Japão, por exemplo, as pessoas ficam maravilhadas com o sabor intenso da cachaça”, explica ela, visitante regular de alambiques mineiros.

 Segundo Yoseda, o processo de fabricação é complexo, envolvendo diversas etapas: tipo de cana, moagem, fermentação, a forma de destilação e os tonéis para o envelhecimento. Ao final, cada produtor revela características únicas de suas bebidas. A escolha certa, revela a especialista, dá-se através única e exclusivamente do gosto pessoal. Afinal, beber uma boa cachaça merece todo um ritual específico, assim como o vinho e o uísque. “Cada uma mostra peculiaridades do local onde foi produzida, como foi o processo”, revela. Para o consumidor final, as opções são variadas, com garrafas que custam de R$ 5,00 a R$ 200,00. “As artesanais, evidentemente, são mais caras. Mas isso não quer dizer que não existam boas opções junto às industrializadas. Cada um tem uma característica distinta”, complementa.

 Para uma degustação de qualidade, segundo ela, um bom copo de vidro pequeno basta para começar. Em seguida, deve-se observar o rótulo (procedência), tempo de envelhecimento e coloração da bebida. À boca, pode-se detectar o sabor dos elementos presentes. “Com o tempo, aprendemos melhor a distinguir e detectar as características”, afirma Yoseda. “Podemos até usar a cachaça para harmonizar com pratos. Ate comida japonesa cai bem com uma boa cachaça”, finaliza.

 

Vai uma dose?

 De acordo com a especialista, dicas básicas ajudam na hora de degustar uma boa cachaça:

 – Use copos pequenosIMG_9284

– Sinta o aroma e veja a coloração

– Beba de forma pausada

– Se preferir, misture água

– Toda cachaça serve para caipirinha

– Pode ser servida gelada ou na temperatura ambiente